Conceito de Senescência
A senescência é um conceito central do estudo do envelhecimento humano. Enquanto processo normativo no desenvolvimento humano, o envelhecimento é caracterizado por um conjunto de perdas biológicas/físicas (e.g. alteração dos padrões de sono; dificuldades motoras), cognitivas (e.g. dificuldades de memória), emocionais (decréscimo da perceção de autocontrolo e autoeficácia) e interpessoais/sociais (e.g. diminuição da rede de suporte social; isolamento social), que constituem a senescência.
Senescência versus Senilidade
As mudanças inerentes ao envelhecimento normativo diferenciam-se deste modo daquelas que decorrem do envelhecimento dito patológico, isto é, de um processo de envelhecimento caracterizado por perdas enquadradas em perturbações psicológicas ou neuropsicológicas.
Nesta última situação, o conjunto de perdas designa-se por senilidade, exigindo um acompanhamento biopsicossocial não só ao nível individual, mas também da díade (cuidador-doente/paciente) e da família nuclear.
O acompanhamento da pessoa e respetiva família exige num primeiro momento a avaliação global do indivíduo, que por sua vez assenta em diferentes domínios, sendo estes o domínio cognitivo (avaliação da eficiência das funções e processos cognitivo/as), emocional (avaliação da regulação e expressão emocional), interpessoal (avaliação das competências sociais e de resolução de problemas), comportamental/adaptativo (avaliação da funcionalidade – (in)dependência nas atividades quotidianas e de autocuidado) e, por fim, o domínio desenvolvimentista (avaliação dos significados atribuídos à experiência do envelhecimento e da velhice).
É com base numa avaliação assente nestes domínios que o profissional poderá estabelecer um plano de acompanhamento adequado, ao encontro das necessidades do paciente, tendo em vista a implementação de ações reparadoras e de promoção do seu bem-estar.
References:
Dias Cordeiro, J.C. (2009). O Homem e o Envelhecimento. In. J.C. Dias Cordeiro (Ed.) Manual de Psiquiatria Clínica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.