Reação Terapêutica Negativa

A reação terapêutica negativa é uma situação que pode ocorrer em tratamentos psicanalíticos ou de orientação psicanalítica. É descrito como determinado tipo de resistência por parte do paciente a determinadas interpretações do psicanalista ou psicólogo clínico. Está associada à recusa e à negação do conhecimento sobre si próprio e um agravamento da situação que pode ir até à compulsão à repetição ou acting out.

Sigmund Freud (1856 – 1939) considerou que a reação terapêutica negativa se ficava a dever a um sentimento de culpa inconsciente com as características masoquistas dos pacientes a se fazerem notar dessa maneira. Quando seria de esperar um progresso na análise verifica-se um retrocesso. A resistência à melhoria não se dava apenas com o aparecimento passageiro dos sintomas mas a um reforço do seu sofrimento, o seu estado agravava-se no decorrer do tratamento.

A explicação do autor e clínico para estas situações deve-se ao retorno do recalcado que favorece uma atitude de reforço da neurose que levou um individuo ao tratamento psicanalítico ou um desejo inconsciente do paciente em mostrar ao psicólogo clínico ou psicanalista os perigos que advêm da psicanálise. A resistência deste tipo deverá ser sempre colocada pelo analista e deverá ser sempre distinta de outras formas de resistência para a psicoterapia não possa ser colocada em causa. Outras formas de resistências podem ser: transferência negativa, defesas narcísicas, renuncia em libertar-se das suas fixações, formação de sintomas graves, entre outras.

A resistência em psicoterapia conta com a inversão no sentimento do paciente: este não sente culpa, sente-se doente, este não prefere o avanço mas sim a manutenção do sofrimento, necessidade de castigo. A reação terapêutica negativa está ligada às pulsões de morte, de nirvana e ao Super-Ego.

Palavras-Chave: Reação terapêutica negativa, resistência, psicoterapia, psicanalise, formação de sintomas

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References:

  • Larousse-Bordas (2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanálise ( Dir. Pajouès, J.). Porto Alto: Temas e Debates
  • Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanálise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)
  • Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanálise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)
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