A psicologia comunitária visa a intervenção de forma ampla, na comunidade, no sentido de promover a qualidade de vida e a saúde mental dos indivíduos.
A psicologia comunitária começou a ser explorada na mesma altura em que a psicologia da saúde ganhou mais dimensão na sociedade, também focada em questões de saúde mental, e na busca de resolver problemas sociais (Ornelas, 1997).
O iniciar de um avanço mais significativo no crescimento da psicologia comunitária foi quando o presidente Kennedy falou sobre a importância da inclusão das pessoas com doença mental na comunidade, promovendo a sua qualidade de vida, na busca de diminuir o seu sofrimento (Ornelas, 1997).
Este método de intervenção nasceu por influência de soldados da II Guerra Mundial, ajustando o ambiente onde a pessoa vive o problema, de modo a ajudar a melhorar, de forma mais rápida, o que mostrou que o método anterior que não visava as alterações do próprio ambiente, não seria tão bem sucedido (Ornelas, 1997).
O método interventivo da psicologia comunitária pode ter diferentes formas de atuação, sendo as de movimentos sociais, de ação social, de caris clínico ou de engenharia social (D’Almorim, 1980).
Os primeiros focam-se nas alterações políticas e ideológicas, os segundos em melhorar diretamente as condições de vida do indivíduo, focando questões específicas, os terceiros procuram intervir de forma mais individual, no sentido de reajustar o comportamento do indivíduo envolvendo o mesmo com o meio e, por fim, os quartos procuram garantir que as técnicas de mudança social que podem ser modificadas, são alvo de intervenção, focando nas organizações e instituições (D’Almorim, 1980).
Estes métodos são estudados mediante resultados dos estudos que demonstraram então que as problemáticas emocionais são mais graves e profundas em doentes que estão excluídos da sociedade e que não saem das alas psiquiátricas do que no caso de doentes que podem circular (Ornelas, 1997).
Além disso também e possível evidenciar que grupos populacionais com baixo nível sócio-económico (NSE) ou residentes em zonas geográficas demonstram mais urgência no que diz respeito à reorganização comunitária no sentido de promover a sua saúde mental (Ornelas, 1997).
Isto significa que a psicologia comunitária não é só mental mas também educativa e leva à necessidade de implementar uma reforma social geral (Ornelas, 1997).
Neste sentido, os estudos indicam que os psicólogos comunitários precisam de estratégia para conseguir o objetivo da mudança, nomeadamente garantir a empírica-racional em que o Homem é a base da mesma. Para que tal aconteça, é necessário apresentar várias hipóteses diferentes de origem reeducativa e mediante a cultura vigente (D’Almorim, 1980).
Conclusão
A psicologia comunitária é colocada em praticamente todas as áreas de intervenção mediante as necessidades de cada população e no intuito de garantir a inclusão de todos na sociedade. Importa a igualdade de direitos e oportunidades para todos, focando, neste caso, aqueles que padecem de algum tipo de doença mental e que pode influenciar prejudicialmente a sua inserção na sociedade. A psicologia comunitária acredita, pois, que, mudando o ambiente em que o indivíduo vive, poderá facilitar a sua inclusão para que possa, consequentemente, melhorar a sua saúde e a sua qualidade de vida.
References:
- D’Almorim. (1980). A psicologia comunitária: considerações teóricas e práticas. bras.psic. Rio de Janeiro 32(3): 99-105. jul/set. 1980. Disponível em http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/viewFile/18372/17132;
- Ornelas, J. (1997). Psicologia comunitária. Origens, fundamentos e áreas de intervenção. Análise Psicológica (1997), 3 (xv): 375-388. Disponível em http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v15n3/v15n3a02.pdf