Prostituição de rua

A prostituição de rua diz respeito ao exercer do sexo a troco de dinheiro, maioritariamente, por pessoas que abandonaram ou fugiram da casa dos pais.

A prostituição de rua diz respeito ao exercer do sexo a troco de dinheiro, maioritariamente, por pessoas que abandonaram ou fugiram da casa dos pais. Grande parte dos casos começa na adolescência e tende a juntar a prostituição com o uso de drogas e álcool.

Segundo Molina (2003) alguns dos fatores condicionantes para o enveredar pela prostituição de rua, prendem-se, essencialmente, com questões familiares. Na maioria dos casos, os estudos apontam para o facto de as mulheres que fazem da prostituição de rua não terem qualquer suporte ao nível familiar (Molina, 2003).

De acordo com os estudos de Nunes e Andrade (2009) a prostituição de rua começa, em maior incidência, na fase da adolescência, sendo influenciada por vários fatores, transversais à maioria dos casos. Nestes estudos verifica-se, cm bastante frequência, que os trabalhadores do sexo de rua são provenientes de meios sócio económicos bastante desfavorecidos e que se encontram em alto risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST) como por exemplo, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/HIV), devido a diversas relações sexuais desprotegidas,fazer uso de drogas ilícitas como cocaína e seus derivados, ser vítimas de violência doméstica, entre outros (Nunes, & Andrade, 2009).

Em alguns casos, estas mulheres, além de serem provenientes de famílias desestruturadas, sofrem com situação de ausência paterna ou mesmo de abandono e abuso sexual dentro da própria família, juntamente com o facto de não terem qualquer qualificação ao nível profissional e escolar (Molina, 2003).

Algumas das características transversais a quase todas as prostitutas de rua, prendem-se, predominantemente, com a baixa escolaridade, a educação e o ambiente familiar marcados pela violência, o enveredar pelo consumo de drogas como tentativa de fuga a toda esta realidade e a necessidade de sobreviver financeiramente (Molina, 2003; Nunes, & Andrade, 2009).

No entanto, e apesar de uma grande fatia desta população ser, predominantemente sinalizada como população de risco, há uma característica evidenciada nos estudos de Molina (2003), a qual refere também um indicador no que diz respeito à prostituição de rua que, de certa forma, demonstra uma espécie de emancipação feminina, quando, do ponto de vista de alguns autores, ela marca a independência da mulher em relação ao homem, quando refere o facto de o mesmo ter acesso ao seu corpo a troco de dinheiro.

Prostituição de rua como risco de saúde pública

Diversos estudos levam os autores a aperceber-se de que é necessário promover trabalhos de campo que sejam capazes de prevenir alguns comportamentos de risco como os acima citados, principalmente no que concerne às situações em que a prostituta de rua se envolve nos diversos relacionamentos desprotegidos, o que faz com que prolifere o risco de saúde pública (Nunes, & Andrade, 2009). Como se verifica que é comum a quase todos estes casos que haja também abuso de todo o tipo de drogas ilícitas, pretende-se, também o investimento na prevenção do abuso tanto das drogas como do álcool (Nunes, & Andrade, 2009).

Nunes e Andrade (2009) procuraram também, nos seus estudos acerca da prostituição de rua e situação de risco, junto de adolescentes, compreender em que medida é que estas raparigas estavam devidamente informadas no que diz respeito aos riscos associados a estes comportamentos, como por exemplo, no que concerne à prática do sexo desprotegido. De acordo com os resultados encontrados na investigação de campo, os autores perceberam que as mesmas estavam devidamente informadas em relação aos riscos que corriam, tanto no que concerne ao sexo sem preservativo como no que concerne ao uso de drogas ilícitas, contudo, não faziam uso de qualquer meio de prevenção, como o preservativo, por acreditarem no destino, face à hipótese de contrair DST (Nunes, & Andrade, 2009).

Devido a todos estes fatores de risco diretamente ligados à prostituição de rua, compreende-se a necessidade de implementar políticas de Saúde Pública no sentido de transformar as prostitutas de rua em pessoas resilientes, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e fazer com que sejam capazes de lidar com as diversidades da vida (Nunes, & Andrade, 2009).

Para tal, estas políticas têm a necessidade de promover programas ligados à criatividade e ao uso da inteligência destas pessoas, para que sejam capazes de sair da rua da forma orientada e com o devido suporte (Nunes, & Andrade, 2009).

Conclusão

A prostituição de rua demonstra-se como um fator de risco de saúde pública, nomeadamente devido ao facto de acontecer, quase invariavelmente, entre mulheres que não tomam qualquer tipo de precaução, como o uso do preservativo e de fazerem, também com bastante frequência, uso de drogas ilícitas, como o caso da cocaína. Na maioria dos casos, verifica-se tratarem-se de pessoas com família desestruturada, baixo nível sócio económico, violência doméstica, abandono escolar, etc. Por todos estes motivos, urge a necessidade de encontrar medidas preventivas que promovam a saúde e a resiliência destas pessoas, no sentido de melhorar a sua qualidade de vida.

 

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References:

  • Molina, Ana Maria Ricci. (2003). Prostituição juvenil: uma condição existencial em busca de seus sentidos. Psicologia: ciência e profissão, 23(2), 22-29. Recuperado em 28 de abril de 2018 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932003000200005
  • Nunes, E.L.G., & Andrade, A.G. (2009). ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA: PROSTITUIÇÃO, DORGAS E HIV/AIDS EM SANTO ANDRÉ, BRASIL. Psicologia & Sociedade, 21(1): 45-54, 2009.

 

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