Conceito de Processo de luto
O luto pode ser entendido como um processo através do qual o indivíduo perceciona, significa e age face a uma situação de perda, que pode ser real ou simbólica (representação mental) de um objeto, pessoa ou animal por privação ou ausência (e.g. por morte ou separação).
Este processo constitui uma resposta natural à perda experienciada, sendo caracterizado por um conjunto de estádios que vão desde a negação da perda à reorganização da vida na ausência do objeto perdido.
No decorrer destes estádios, são diversas as emoções experienciadas, entre estas a tristeza, enquanto emoção primária natural numa situação de perda, mas também podem surgir outras emoções ou experiências, como seja a ansiedade face às mudanças que a perda acarreta, a culpa ou a zanga.
As emoções experienciadas encontram-se associadas aos significados e atribuições que o indivíduo realiza acerca da perda e dos acontecimentos que levaram a esta, reproduzindo-se em diferentes respostas somáticas (e.g. dores de cabeça e musculares; problemas digestivos) e comportamentais (e.g. isolamento social; rutura com as atividades habituais).
As vivências de um processo de luto são variadas e subjetivas, dependendo não só do estádio do processo, mas também de outros fatores como o estádio de desenvolvimento do indivíduo, as características da relação que este apresentava com o objeto perdido (e.g. relação de proximidade, suporte emocional e emoções experienciadas no âmbito desta relação), e a personalidade do indivíduo enlutado.
References:
Barbosa, A. (2010). Processo de luto. In A. Barbosa, & I.G. Neto (Eds.), Manual de Cuidados Paliativos (pp. 487-532). Lisboa: Núcleo de Cuidados Paliativos/Centro de Bioética/Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.