Poliomielite
A poliomielite é uma doença do foro das neuropatias motoras que pode provocar grandes danos ao doente, principalmente no pós-operatório. Por esse motivo é necessário explorar melhor a condição patológica do indivíduo para encontrar melhores respostas à sua condição.
Alguns estudos sugerem que a poliomielite se desenvolve devido a um excesso de atividade nos neurónios motores chegando a matar metade deles (Revista Saúde Pública, 2006).
Segundo Bruno (s.d.) o que os estudos focam como principal quando se fala em poliomielite, é o pós-operatório, já que poucos são os especialistas que realmente conseguem tratar as sequelas provenientes da doença. Problemas como o cansaço extremo, anomalia muscular, dor, intolerância ao frio, deglutição e dificuldades respiratórias, fazem parte da vida de uma grande parte dos doentes, 40 anos após a operação (Bruno, s.d.; Revista Saúde Pública, 2006).
A poliomielite insere-se no grupo das doenças motoras, tais como a poliomielite aguda, a atrofia muscular espinhal progressiva e a doença do neurónio motor (Revista Saúde Pública, 2006).
Devido à delicada condição a que os doentes ficam sujeitos, é indispensável que os médicos conheçam muito bem a doença e as consequências da mesma na saúde dos doentes, uma vez que uma infeção provocada pelo poliovírus pode causar transtornos desnecessários que são desconfortáveis, tais como dor física extrema (Bruno, s.d.).
Um dos motivos para todas estas complicações é o fato de, devido à morte de metade dos neurónios motores, a área afetada fica sem enervação, o que leva à ocorrência de paralisia e atrofia (Revista Saúde Pública, 2006).
A complexidade da doença bem como a sua natureza delicada, levam à necessidade de promover mais debates entre a classe médica, pois ainda não é suficientemente conhecida, o que faz com que seja necessário realizar mais estudos para melhorar a assistência médica a estes doentes, além de que a doença apresenta um quadro clínico muito semelhante ao de outras doenças neurológicas, ortopédicas ou psiquiátricas (Revista Saúde Pública, 2006).
Cuidados no pós-operatório
Depois da operação é a melhor altura para o doente falar com a equipa médica acerca da mesma, para que se possa discutir em detalhe o seu historial clínico e as consequências que advêm antes e durante a operação, no recobro e na enfermaria (Bruno, s.d.). No que concerne à estadia na enfermaria, é fundamental conhecer o enfermeiro chefe para poder falar sobre todo o processo (Bruno, s.d.).
Devido ao quadro clínico delicado desta doença, é necessário que os sobreviventes se submetam a exames às funções pulmonares antes da operação, principalmente aqueles que têm poliomielite bulbar aguda independentemente de usarem ou não um respirador ou um pulmão de ferro (Bruno, s.d.).
No caso de sobreviventes que têm problemas de pescoço, braço, musculares ou de deglutição, em princípio serão testados no que diz respeito à função pulmonar, o que diminui a probabilidade de haver surpresas no sistema respiratório no final da operação, contudo, sobreviventes de poliomielite com função pulmonar acima dos 70%, precisarão do respirador ou de terapia respiratória pós-operatória (Bruno, s.d.).
Tendo em conta todas estas questões, o doente, após a operação e antes de receber alta, deve discutir com a equipa que o acompanhou acerca do uso do respirador, seja usado apenas de dia ou apenas de noite (Bruno, s.d.).
Outra questão relacionada com a operação é a dose de anestesia a ser administrada, ou seja, no caso dos doentes de poliomielite, a mesma deve ser dividida em duas no sentido de não os deixar exageradamente sedados para que possam ter alta no mesmo dia em que se realiza a operação (Bruno, s.d.). A par disso, se a anestesia for administrada diretamente na espinha, provoca paralização durante várias horas, o que significa que o doente não pode levantar-se imediatamente após a operação (Bruno, s.d.).
De acordo com Bruno (s.d.) é comum que o doente fique hipersensível ao frio porque ainda tem dificuldade em regular a temperatura corporal já que a informação enviada pelo cérebro para o corpo sofreu algumas alterações que o impedem de perceber corretamente a temperatura, pelo que o próprio controlo corporal da corrente sanguínea fica afetado.
Conclusão
Devido ao quadro clínico delicado que a poliomielite apresenta, é preciso tomar cuidados específicos, principalmente durante e após a operação, para que a recuperação seja o menos dolorosa possível. Questões como dificuldades em respirar, em deglutir, fadiga extrema, alterações na temperatura corporal, entre outras, devem ser discutidas com a equipa médica para que os cuidados mereçam as respostas adequadas aquando do pós-operatório.
Uma vez que a doença ainda não está suficientemente explorada, é imprescindível realizar tantos estudos quantos possível e organizar debates entre a comunidade científica para que a mesma possa ser devidamente diagnosticada e tratada.
References:
- Bruno, R.L. (s.d.). Preventing Complications in Polio Survivors Undergoing Surgery. New Jersey: New Jersey Medical School/UMONJ;
- Revista Saúde Pública (2006). Syndrome pós-poliomielite. Post-polio sydrome. [em linha] www.scielo.br. Revista Saúde Pública. 40(5): 941-5. Acedido a 31 de maio de 2016 em www.scielo.br/pdf/rsp/v40n5/29.pdf.