Inventário de Saúde Mental

Conceito de Inventário de Saúde Mental. Constituição do inventário. Interpretação e aplicação

Conceito de Inventário de Saúde Mental

O Inventário de Saúde Mental (ISM) é um instrumento de avaliação psicológica que visa avaliar a saúde mental.

Este inventário validado e traduzido para a população portuguesa por Duarte-Silva e Novo (2002) é originalmente designado por Mental Health Inventory (MHI), que foi desenvolvido por Ware, Johnston, Davis-Avery e Brook em 1979.

O ISM constitui-se como um instrumento de autorrelato que avalia, através da resposta a um conjunto de itens, o modo como o indivíduo se sentiu quotidianamente no último mês. Os itens constituintes abordam diferentes problemáticas/dificuldades, bem como fontes de satisfação que podem ser agrupadas em diferentes subescalas.

Constituição

No ISM são consideradas as subescalas referentes a sintomas de ansiedade, depressão e perda de controlo a nível emocional ou comportamental a par da manifestação de afeto positivo e de laços emocionais.

Cada uma destas subescalas avalia justamente a presença, em menor ou maior grau, tal como registado pela resposta do indivíduo, destas experiências emocionais, cognitivas e comportamentais.

De acordo com a literatura que fundamenta teoricamente o ISM, as referidas subescalas são parte integrante de duas dimensões, que por sua vez constituem a saúde mental. Estas dimensões são o bem-estar e distress psicológicos, sendo a primeira composta pelas subescalas afeto positivo e laços emocionais, e a segunda constituída pelas escalas depressão, ansiedade e perda de controlo.

No seu todo, a saúde mental comporta assim uma dimensão dita positiva – o bem-estar psicológico – e outra dita negativa – o distress psicológico.

Interpretação

O bem-estar psicológico pode ser percebido como o grau em que o indivíduo apresenta e gere os seus recursos psicológicos, a par do distress enquanto grau em que manifesta sofrimento psicológico, que pode expressar-se ou não sob a forma de sintomas psicopatológicos.

Neste sentido, as dimensões referidas não são entendidas como mutuamente exclusivas, coexistindo sempre, não obstante uma poder apresentar-se mais elevada do que a outra. Por outras palavras, um elevado nível de distress psicológico não exclui a presença de um maior ou menor nível de bem-estar psicológico.

Um mesmo indivíduo pode apresentar, num determinado momento, determinado grau de sofrimento psicológico, contudo apresentar também fontes de satisfação e prazer, recursos emocionais e sociais como um suporte social que o ajude a lidar com momentos de maior dificuldade e desafio.

Os resultados obtidos permitem assim conhecer num continuum a expressão da saúde mental no seu todo e, em particular, os níveis de bem-estar e distress psicológicos.

Aplicação

Por este motivo, o ISM pode ser aplicado à população geral, isto é, não clínica, já que não apresenta como objetivo o diagnóstico de perturbações psicológicas em particular, mas sim a avaliação compreensiva da saúde mental do indivíduo, que ultrapassa a presença ou ausência de sintomas ou perturbação psicológica.

Não obstante este facto, os resultados obtidos no ISM podem sugerir a presença ou probabilidade de perturbação psicológica.

Palavras-chave: Inventário de Saúde Mental; bem-estar psicológico; distress psicológico; saúde mental

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References:

Ribeiro, J. (2001). Mental Health Inventory: Um estudo de adaptação à população portuguesa. Psicologia, Saúde & Doenças: 2(1): 77-99.

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