Conceito de Estilo Parental
Entende-se por estilo parental o conjunto de atitudes e estratégias, enquadradas e sinalizadoras de um determinado contexto emocional, que caracterizam o modo como os pais ou cuidadores educam os seus filhos, caracterizando-se assim por padrões de interação e socialização entre ambos.
São três os estilos comummente adoptados pelas figuras parentais:
a) O estilo autoritário, caracterizado pela monitorização rígida do cumprimento das regras, contingências punitivas por aplicação, quer físicas (e.g. bater), quer verbais (e.g. crítica ao desempenho escolar ou ao modo como se relaciona com os outros), na presença de uma comunicação tendencialmente mais agressiva (ao invés de assertiva) e na ausência de expressão emocional e afetiva;
b) o estilo permissivo, caracterizado pela ausência de limites e regras, ou da sua presença de uma forma inconsistente ou não estruturada, verificando-se porém a presença de expressão de emoção e afeto;
c) e o estilo autoritativo ou democrático, caracterizado pela expressão emocional e afetiva na presença de consistência de regras e estabelecimento de limites firmes, embora flexíveis e responsivos às necessidades dos filhos. Neste último estilo, os pais estabelecem contingências face aos comportamentos adequados ou desadequados dos seus filhos.
Os diferentes estilos parentais apresentam-se ou mais ou menos efetivos na educação das crianças, revelando consequências na forma como estas vão construindo o modo como se perspetivam a si, aos outros e ao mundo, bem como na construção da sua autonomia, diferenciação e autoeficácia percebida na resolução de problemas.
O estilo autoritativo ou democrático dos pais tem sido associado a um maior nível de adaptação e de bem-estar psicológico no desenvolvimento dos filhos, nomeadamente na aprendizagem de competências sociais e emocionais (e.g. resolução de problemas sociais e regulação emocional) e na autorregulação da aprendizagem escolar.
References:
Simões, S., Farate, C., & Pocinho, M. (2011). Estilos educativos parentais e comportamentos de vinculação nas crianças em idade pré-escolar. Interações, 20, 75-99.