Emancipação da mulher
A emancipação da mulher diz respeito ao aumento de ganho de poder da mesma em todas as áreas da vida. Este fenómeno começou a acontecer, apenas a partir do século XVIII, tanto dentro do casamento como em outras áreas.
Os estudos de Silva, Santos, Teixeira, Lustosa, Couto, Vicente e Pagotto (2005) no que concerne ao tema da emancipação da mulher, já vinham tendo em conta alguns fatores de grande importância para compreender o fenómeno, nomeadamente, a questão da sua vida afetiva em relação ao comportamento dos seus parceiros e em relação ao seu papel na sociedade.
Para compreender este fenómeno, os autores observaram as mudanças pelas quais passaram as mulheres ao longo dos anos, apercebendo-se de que as mesmas passaram por situações desde exóticas até situações que chegaram a ser desumanas (Silva et al, 2005).
Em tempos mais remotos, a mulher chegou a ser alvo de adoração e de representação de Satã, na qual, chegava a ser vista como objeto de submissão, o que as levou ao mais baixo extremo de serem consideradas marginalizadas e até alvo de aniquilação (Silva et al, 2005).
Por se verificar este tipo de atitude em relação às mulheres durante séculos, ainda hoje, em alguns países, como por exemplo, no Brasil, as mulheres, muitas vezes de forma inconsciente, ainda se encontram algo “atreladas” aos tempos primórdios, na medida em que tendem a ver ainda algumas situações como associadas ao pecado e à fragilidade moral (Silva et al, 2005). Esta atitude acaba por deteriorar o poder feminino em prol do poder masculino (Silva et al, 2005).
É só mais tarde, por volta do século XVIII que o ponto de vista muda de uma forma geral e a relação entre mulheres e homens passa a ser vista sob o ponto de vista do amor romântico, o que vem trazer consequências, como por exemplo, a duração do casamento é colocada à prova (Araújo, 2002; Silva et al, 2005).
Foi por a sexualidade ter passado a ter outro tipo de importância e outro tipo de visibilidade a partir desse século que também o amor passou a ganhar outro tipo de terreno, de forma consensual, uma vez que, até então, qualquer tipo de relação afetiva, amorosa e prazerosa, só tinha lugar em situações de adultério (Araújo, 2002).
As atitudes começam, finalmente, a mudar em todos os sentidos, sendo que as decisões começam também a ser tomadas de forma conjugal e o casamento deixa de se realizar exclusivamente em função da procriação (Silva et al, 2005).
De acordo com estes pressupostos podemos compreender a importância da revolução sexual e a emancipação da mulher, a qual, permitiu que a mesma passasse a ter importância e poder em várias questões que até então lhe eram vedadas como a participação na política e na cultura (Silva et al, 2005).
Assim, é possível observar que, em grande parte dos casos, já existem bastantes mulheres, mesmo nas zonas mais conservadoras, a trabalhar fora de casa (Silva et al, 2005).
Apesar disso, os autores verificam ainda, nos seus trabalhos que existe ainda um longo caminho a percorrer, já que a emancipação da mulher ainda não permitiu que as diferenças de género no que concerne a várias questões, deixassem de se fazer sentir tanto (Silva et al, 2005).
Conclusão
De acordo com os estudos levados a cabo ao longo dos tempos, podemos compreender como a emancipação da mulher sofreu altos e baixos ao longo de toda a história da humanidade. Este fenómenos está diretamente relacionado com a conceptualização de amor romântico que só começou a ser aceite e colocada em prática a partir do século XVIII, até ao qual, a mulher era vista como instrumento utilizado depois do casamento para procriar. A partir do momento em que o amor e a sexualidade começam a andar de mãos dadas dentro do casamento, assistimos a uma nova forma de vida conjugal realizada de forma consensual em que a mulher passa a ter importância nas decisões que se tomam dentro do casamento. Mais tarde, ao longo dos tempos, o poder e a importância da mulher começaram a ser estendidos também a questões políticas e culturais, bem como passa a ser inserida no mercado de trabalho, embora, ainda hoje, se verifiquem diferenças nas oportunidades de acesso a várias áreas, em função do género.
References:
- Silva, Glauce Cequeira Corrêa da, Santos, Luciana Mateus, Teixeira, Luciane Alves, Lustosa, Maria Alice, Couto, Silvio César Ribeiro, Vicente, Therezinha Alves, & Pagotto, Vânia Pereira Fagundes. (2005). A mulher e a sua posição na sociedade: da antiguidade aos dias atuais. Revista da SBPH, 8(2), 65-76. Recuperado em 14 de janeiro de 2018 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582005000200006.