Ciclos Interpessoais

Os ciclos interpessoais podem ser entendidos como padrões tendencialmente estáveis de funcionamento que o indivíduo estabelece na interação com outros e que tende a repetir numa mesma relação/situação.

Conceito de Ciclos Interpessoais

Os ciclos interpessoais podem ser entendidos como padrões tendencialmente estáveis de funcionamento que o indivíduo estabelece na interação com outros e que tende a repetir numa mesma relação/situação ou relações/situações idênticas. Este funcionamento, quando inflexível, pode revelar-se não adaptativo.

Os ciclos interpessoais têm como fator influente as experiências de vinculação e socialização, bem como as crenças que o indivíduo desenvolve ao longo do tempo sobre si e sobre os outros.

As crenças e os ciclos interpessoais disfuncionais

A preponderância que estas crenças e expetativas apresenta para o indivíduo resulta frequentemente na procura não consciente de relações ou situações que confirmem estas mesmas crenças (e.g. “Os outros só gostarão de mim se eu cuidar incondicionalmente deles” – há uma tendência para procurar relações em que a pessoa se perspetiva enquanto cuidador incondicional), enquanto modos de funcionamento conhecidos e no âmbito dos quais o indivíduo aprendeu, em algum momento, a estar e experienciar.

Verifica-se também que estas mesmas crenças guiam a ação do indivíduo, isto é, criando respostas agidas. Ao acreditar que as crenças são verdades absolutas sobre si e sobre os outros, o indivíduo toma-as como referência quanto ao modo como considera que se deve comportar (e.g. “Os outros rejeitam-me” – esta crença pode ser seguida de um comportamento de evitamento para prevenir a rejeição).

Os ciclos interpessoais revelam-se deste modo comportamentos disfuncionais, na medida em que tendem a promover mal-estar psicológico no indivíduo, perpetuando crenças e emoções não adaptativas, cuja tomada de consciência e identificação são essenciais para a possibilidade de mudança e consequente promoção de bem-estar psicológico.

Contudo, pode falar-se em ciclos interpessoais numa perspetiva salutar, conceptualizando estes ciclos enquanto dinâmicas relativamente estáveis saudáveis, no âmbito das quais haja flexibilidade e ajustamento à mudança. Por outras palavras, nos quais haja recetividade a mudanças na dinâmica da relação, bem como questionamento das próprias crenças, que por vezes e em determinado momento, podem não ser ajustadas à realidade.

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References:

Safran J.,& Muran, C. (2000). Negotiating the Therapeutic Alliance. A relational treatment guide. New York: The Guilford Press.

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