Os vários trabalhos realizados no âmbito da baixa escolaridade demonstram que a mesma nos leva a diferentes e várias lacunas. Estas lacunas associam-se, tanto à nossa saúde, devido ao facto de sermos menos estimulados no que diz respeito ao nosso desenvolvimento mental e cognitivo, como à possibilidade de abraçar um maior leque de oportunidades de emprego.
Vários são os estudos que nos indicam como a baixa escolaridade influencia a vida do indivíduo em vários aspetos tais como ansiedade e depressão, principalmente em pessoas de faixas etárias mais altas (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017).
Esta relação entre a baixa escolaridade e o desenvolvimento de doenças de diferentes foros mentais e cognitivos, dizem respeito, normalmente, ao facto de os mesmos não serem devidamente estimulados nos vários aspetos, tais como a memória e a falta de informação proveniente dessa mesma lacuna relacionada com a baixa escolaridade (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017). Não podemos descurar ainda a influência do baixo nível sócio-económico (NSE) (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017).
Alguns trabalhos mencionam ainda que a baixa escolaridade se relaciona com mais fatores além da idade e do NSE, tais como trabalho, lazer, família e até mesmo, religião e comunidade, em certos pontos (Borges, & Pinheiro, 2002).
Alguns dos problemas associados a esta relação direta entre a baixa escolaridade e o desenvolvimento de perturbações, dizem respeito à incapacidade para escrever o próprio nome, o analfabetismo, entre outros (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017).
Os estudos apontam ainda para determinadas tendências de profissões, relacionadas com a baixa escolaridade, que nos fazem perceber ser mais comum, em muitos países, que indivíduos com baixa escolaridade enveredam mais frequentemente em profissões associadas à construção civil, à agricultura, às limpezas, entre outros setores que procuram mais a necessidade de mão de obra (Borges, & Pinheiro, 2002).
Conclusão
Podemos verificar que a baixa escolaridade tem altas repercussões na vida de qualquer indivíduo, sejam elas no que diz respeito às oportunidades a que temos acesso, sejam até mesmo em termos de saúde e de qualidade de vida. Isto deve-se ao facto de que, a baixa escolaridade, por nos criar mais limitações, leva também a que sejamos menos estimulados, logo, maiores são as lacunas e a compreensão acerca tanto na saúde como nas oportunidades em geral.
References:
- Borges, Livia de Oliveira, & Pinheiro, José Q.. (2002). Estratégias de coleta de dados com trabalhadores de baixa escolaridade. Estudos de Psicologia (Natal), 7(spe), 53-63. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2002000300007
- Maximiano-Barreto, Madson Alan, & Fermoseli, André Fernando de Oliveira. (2017). Prevalência de ansiedade e depressão em idosos de baixa escolaridade em Maceió/Al. Psicologia, Saúde & Doenças, 18(3), 801-813. https://dx.doi.org/10.15309/17psd180314