A dor lombar específica corresponde ao tipo de dor lombar que se encontra associado a uma patologia, ou seja, que tem uma causa subjacente identificável, ao contrário do que acontece na dor lombar não específica. Este tipo de dor lombar corresponde apenas a cerca de 10% dos casos, mas o despiste de patologias específicas revela-se muito importante, uma vez que a presença de determinados indicadores, que sugerem condições clínicas mais severas, requer que seja feita uma avaliação médica.
As patologias que podem causar a dor lombar específica são a patologia cancerígena, a existência de fratura vertebral, a síndrome da cauda equina, a presença de infeção, a espondilartrite axial e a estenose medular. Para cada uma destas causas específicas da dor lombar, existem vários indicadores que servem de alerta e que são apresentados de seguida.
A patologia cancerígena tem maior probabilidade de estar presente em pessoas com idade superior a 50 anos e encontra-se habitualmente associada a uma perda de peso inexplicável e à presença de dor em repouso ou durante a noite.
A fratura vertebral predomina no género feminino e encontra-se normalmente relacionada com um trauma ou impacto na zona lombar, presença de osteoporose e utilização de corticosteróides por longos períodos de tempo.
A síndrome da cauda equina está frequentemente associada a uma história de perda de urina e/ou fezes, ou seja, uma dificuldade no controlo dos esfíncteres.
A presença de infeção pode estar relacionada com uma história de febre recente ou com a utilização de medicação intravenosa.
A espondilartrite axial afeta habitualmente pessoas mais jovens (dos 20 aos 40 anos) e associa-se com a presença de rigidez matinal.
A estenose medular geralmente está presente quando existe irradiação da dor lombar para os membros inferiores e também com a permanência durante algum tempo na posição de pé.
References:
Hartvigsen, J. et al (2018), What low back pain is and why we need to pay attention, The Lancet, 391 (10137), pp 2356-2367.