Taiko é o nome dado a uma grande classe de instrumentos de percussão japoneses. Estes são geralmente utilizados em festivais sobre a cultura japonesa um pouco por todo o mundo como na anual “Festa do Japão” que é realizada todos os anos em Lisboa desde 2010. No Japão a expressão define qualquer tipo de tambor, mas para o ocidente passou a ser um termo que se refere especificamente aos tambores japoneses tradicionais conhecidos como “wadaiko”.
Os taiko exigem uma grande resistência física.
Os taiko foram introduzidos no Japão através da China e da Koreia. Passaram a fazer parte das comunidades através dos festivais de adoração aos deuses de forma a trazer boa sorte às colheitas agrícolas e às pescas. Encontrou também um lugar de destaque como na música tocada para os nobres, a chamada gagaku, assim como para as cerimónias xintoístas e budistas onde o som dos tambores era o ressoar da voz de Buda.
Os Taiko e a sua evolução cultural
No Japão feudal passou a fazer parte dos batalhões durante a época das guerras, de forma a motivas as tropas, marcar o ritmo da marcha ou para fazer anúncios importantes inclusive ordens durante as batalhas onde determinadas batidas significavam manobras ofensivas ou defensivas. Evidencias históricas também mostram que o taiko já estava presente no Japão desde o século VI durante o período Kofun.
Ainda hoje os taiko são parte da cultura japonesa e a sua função foi se modificando ao longos dos anos. Desde a comunicação, apoio militar, celebrações religiosas, teatro, festivais e concertos, ou até mesmo movimentos sociais. Durante os festivais japoneses as ruas enchem-se de pessoas e participantes que carregam os santuários portáteis, chamados omikoshi, e outros tantos músicos que tocam os taiko para dar som à celebração.
Estima-se que existam cerca de 5000 grupos de taiko no ativo em território japonês. Talvez o grupo mais popular sejam os Kodo, que seguem um regime de treino regular de forma manter a qualidade das suas performances. Tocar percussão, especialmente neste tipo de tambores, é uma actividade extenuante que exige muita força e cria um desgaste físico acelerado, daí a importância de manter a atividade aberta aos mais jovens.
O uso dos taiko em performance também mudou. A versão mais recente é chamada de “kumi-daiko” um estilo atribuído ao musico Oguchi Daihachi, que durante uma performance para o santuário de Osuwa reuniu um grande número de tambores. No entanto a forma mais tradicional dos taiko envolvia apenas um ou dois tambores acompanhados de outros instrumentos.
Os grupos popularizaram-se e hoje é a ideia mais moderna da forma como são feitas as apresentações dos tambores japoneses onde os grupos são compostos por vários tocadores num espectáculo sobretudo dedicado à percussão. Outros instrumentos como sinos, flauta transversal ou até mesmo voz cantada são usados conforme as apresentações artísticas.