Ragtime

Definição do estilo musical ragtime, popular sobretudo entre 1895 e 1920, basilar para a consolidação do género musical jazz.

Conceito

O ragtime é um estilo musical, popular sobretudo entre 1895 e 1920 que, a par dos blues, da música gospel e dos espirituais, contribuiu para a criação da estrutura musical definida e sólida conhecida como jazz.

Com origem numa dança conhecida como cake-walk ou regging, a qual procurava imitar danças de origem europeia,  esta forma musical nasceu no oeste norte-americano, dentro das comunidades afro-americanas. Assemelhava-se a uma marcha sincopada, que mantinha os dezasseis compassos tradicionais da marcha, e era sempre acompanhada instrumentalmente por um banjo.

Evoluiu, depois, com a adição do piano, resultando num tipo de música não só agradável como estruturalmente bem desenhado. A mão direita executava o dedilhado do banjo e a mão esquerda reproduzia com exactidão a marcação grave da tuba. Deste modo, o ragtime era, sobretudo, uma música com uma grande componente de composição, que não recorria à improvisação (ao contrário do seu “sucessor”, o jazz).

O expoente máximo deste estilo foi o pianista Scott Joplin, “the king of ragtime” que consolidou o género através de inúmeras e bem elaboradas composições, de entre as quais se destacam, por exemplo, «Maple Leaf Rag» (1899) e «The Entertainer» (1902). Joseph Lamb e James Scott, embora não tão conhecidos como Joplin, são, juntamente com este, reconhecidos como os maiores compositores de rag (palavra que designa uma composição escrita em forma de ragtime ou a própria acção de interpretar o género).

É de salientar, ainda, a influência do rag nos compositores europeus eruditos. Debussy compôs três peças para piano com base no género, sendo a mais conhecida «Golliwog’s Cake Walk». O “Grupo dos Seis”, de Paris, nunca escondeu a sua simpatia pelo ragtime. Destaca-se, por exemplo, o ballet de Satie «Parade (Ragtime du Paquebot)» (1917). Stravinsky compôs «Ragtime» (1918), para onze instrumentos, e «Piano Rag-Music» (1919).

O ragtime caiu um pouco no esquecimento depois de 1920, com a consolidação do jazz, mas conheceu um reflorescimento nos anos 70, quando a música de Joplin foi utilizada no filme «The Sting», com Paul Newman e Robert Redford.

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References:

Aguiar, M.C. & Borges, C.C.M.V. (nd). As raízes do jazz e a Original Dixieland Jazz Band. 123 Spectrum.

Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.

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