Apresentação global da obra
«Prelúdios, op.28» corresponde a um conjunto de 24 prelúdios para piano, escritos por Frédéric Chopin, entre 1838 e 1839.
Ao analisar a obra é possível apontar duas tradições que foram referência para Chopin aquando da sua composição. A primeira foi o «Cravo Bem Temperado», de Johann Sebastian Bach, que Chopin levou consigo para Maiorca de modo a continuar a estudar a obra. Também os «Prelúdios, op.28» percorrem todas as 24 tonalidades, mas de acordo com o ciclo de quintas, e não de forma cromática e ascendente. A segunda tradição diz respeito à prática comum de um prelúdio anteceder uma obra de larga escala (antes de Chopin, Hummel, Kalkbrenner e Moscheles, compuseram prelúdios para piano).
Não obstante, os «Prelúdios, op.28» não servem o propósito de introdução. São obras autónomas, que podem ser interpretadas individualmente ou em conjunto (mais do que um prelúdio). No entanto, só os 24 prelúdios tocados sequencialmente permitem admirar o ciclo na sua totalidade, até porque há um motivo melódico que pode ser encontrado em mais do que um prelúdio.
Na altura, a obra não foi bem recebida pela crítica, dado a brevidade dos prelúdios e a ausência de uma estrutura formal, mas hoje são parte essencial do repertório para piano, tendo vários pianistas gravado a opus na sua totalidade. Entre estes salientam-se as interpretações de Alfred Cortot, Maurizio Pollini e Martha Argerich.
Embora alguns prelúdios sejam conhecidos por determinados nomes (por exemplo, o n.º 15 como «Raindrop Prelude»), à semelhança da restante obra, Chopin nunca nomeou nenhum dos prelúdios nem escreveu qualquer descrição.
Contexto de composição
A composição dos «Prelúdios, op.28» coincidiu com os primeiros meses da relação de Chopin com George Sand, com quem viajou para Maiorca no Outono de 1838, juntamente com os filhos da escritora. Escreveu alguns prelúdios na casa que alugaram perto de Palma e completou a obra no Mosteiro de Valldemossa. Este período de felicidade foi abruptamente interrompido pela doença do compositor, que, ainda assim, e embora com algum atraso, conseguiu completar o manuscrito em Janeiro de 1839.