Conceito
O termo cromática, que deriva da palavra grega “chromos” (cor), era uma das três classificações das escalas gregas mas, agora, tem outro significado. Na música moderna, o conceito refere-se à utilização das notas que não pertencem à escala diatónica. Neste sentido, a escala cromática tem 12 semitons ascendentes ou descendentes (sustenidos em ascendente e bemóis em descendente).
A aplicação do cromatismo tem como objectivo a criação de tensão melódica ou harmónica, procurando, desta forma, prolongar o desenvolvimento tonal e adiar a resolução melódica. Utilizado na música clássica, em sentido lato, surge também frequentemente no jazz, nos blues e mesmo noutros géneros populares.
O desenvolvimento do cromatismo
O cromatismo tornou-se mais frequente no século XIX, com a expansão do conceito de tonalidade (novas combinações de acordes e recursos harmónicos). No final do período romântico, com Franz Liszt, Gustav Mahler e Richard Wagner, a escala cromática encontrou o seu auge como um possível recurso expressivo nas mais diversas composições. Um dos melhores exemplos disto é, sem sombra de dúvida, a ópera «Tristão e Isolda» de Wagner.
Esta utilização acentuada do cromatismo é apontada como uma das causas para o rompimento com tonalidade por parte dos compositores do início do século XX, que levou ao desenvolvimento do dodecafonismo e da música serial. O cromatismo pode tanto ser utilizado para prolongar a tensão tonal, para efeitos dramáticos, portanto, como para criar música sem centro tonal ou sem momento de repouso (no sentido utilizado pela música tonal).
References:
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.