Modulação

Este artigo tem como objectivo explicar sucintamente o processo de modulação em música.

Conceito de modulação

A palavra modulação traduz o processo de alteração de uma tonalidade, em música, sendo um dos princípios basilares da composição. O principal objectivo por detrás da sua aplicação passa, efectivamente, por tornar a música aprazível, providenciando contrastes e construindo diferentes tipos de energia para a mesma obra, atendendo a exigências técnicas de textura e instrumentação.

Ainda assim, existem excepções onde a tonalidade é propositadamente mantida durante toda a obra. Um dos exemplos desta excepção é o «Bolero» de Maurice Ravel, que permanece regularmente na tonalidade de dó maior, sem mudanças rítmicas, apoiando-se inteiramente na diversidade dos timbres instrumentais (embora, mesmo no final, mude bruscamente para mi maior).

Existem vários tipos de modulações. As mais comuns são, sem sombra de dúvida, acontecem para as tonalidades relativas (ou tonalidades  próximas), ou seja, para a relativa maior ou menor, para a dominante (5.º grau da escala) e respectiva relativa maior e menor e para a sub-dominante (4.º grau da escala) e, mais uma vez, a respectiva relativa maior e menor. A mudança entre a tónica maior ou menor, sendo bastante simples e funcionando como tonalidade relativa, não é usualmente considerada como tal.

Outros tipos de modulações incluem a cromática e a inarmónica. A modulação cromática processa-se através da alteração cromática de uma ou mais notas do acorde ou deslocando a nota do baixo para uma 3.ª maior ou menor superior ou inferior. Embora muito comum na música de Wagner, Franck e Strauss, já se encontrava este processo nos madrigais de Gesualdo e Monteverdi. A modulação inarmónica cobre o uso dos acordes alterados por meios inamórnicos, ou seja, fazendo de um acorde de 7.ª dominante um acorde de 6.ª alemã.

Presente na música ocidental desde o século XIII, nomeadamente com os compositores Josquin des Prez e Jacob Obrecht, não é característica da música atonal no século XX, devido ao alargamento da escala ocorrido nessas décadas.

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References:

Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.

Massin, J. & Massin, B. (1983). História da Música Ocidental. Editora Nova Fronteira, S.A: Rio de Janeiro.

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