Definição de Art Pop
O Art Pop é um subgénero musical advindo do Pop, e que tem como principal característica o facto de ser uma espécie de síntese de diversas formas artísticas. Através do Art Pop os artistas têm oportunidade de manifestar a sua afinidade pelas belas artes ou por outras raízes artísticas, quer sejam de veia musical ou não, tais como o chamado pop art, literatura, cinema, música tradicional, moda, poesia, peças teatrais, música experimental, música electrónica, utilizando as suas composições musicais como um ponto de encontro de todas estas veias artísticas. Todas estas inclinações podem ser expressas mediante a subversão ou desconstrução de vários estilos. Um exemplo de tal tipo de expressão pode ser uma espécie de reconstrução de géneros musicais de época num ambiente musical mais contemporâneo, ou adoptando características marcantes de música mais tradicional e desconstruindo-as ao ponto de terem uma tonalidade moderna e inserida num contexto mais pop.
Distinções
Apesar da maior parte das obras musicais associadas ao Art Pop serem commumente consideradas como “pop experimental” ou mesmo “avant-garde pop”, as melodias do Art Pop mostram-se ser mais acessíveis e menos desafiantes para o ouvinte quando em comparação, apesar de continuarem a ser de uma maior difícil digestão. Da mesma maneira, o Art Pop distancia-se do chamado Progressive Pop (pop progressivo), no sentido de não apresentar inerentes estruturas musicais tão complexas e atípicas (no que se refere a padrões mais pop) como este. Já quanto ao Art Rock (o equivalente subgénero do Rock), o Art Pop distingue-se no sentido de não se confinar a idiomas tipicamente advindos do Rock, mediante um uso predominante de instrumentos associados a este género, tais como guitarras, baixo eléctrico, bateria, etc.
Origens e principais artistas
Na origem do género, em meados dos anos sessenta, estiveram artistas como Brian Wilson, John Cale, David Bowie e Brian Eno, a maior parte dos quais acabariam por integrar nos seus trabalhos musicais fortes inspirações dos seus cursos e estudos de belas artes. Nos anos setenta, bandas e artistas como Sparks, Todd Rundgren, Slapp Happy, Godley & Creme e os Japan, seguiriam estas influências, e inovariam na integração de uma maior sensibilidade artística nos seus trabalhos, cada vez mais tornando o aspecto artístico presente nas composições musicais e na forma de a apresentar ao público. Na década de oitenta, Kate Bush seria uma das principais preconizadores do género à medida que introduziria uma nova onda de Art Pop considerada mais melodramática, enquanto que nos anos noventa, Björk viria a elevar a fasquia ao reinventar o género mediante a introdução e ênfase em elementos mais electrónicos.
Mediante estes artistas, e outros, o Art Pop viria, consequentemente, a ser incorporado numa série de movimentos musicais ao longo destas três décadas, em particular no Glam Rock dos anos setenta, mediante o qual os artistas, para além de investirem nos seus números musicais típicos, apostavam num pop mais teatral e provocante, especialmente nas actuações ao vivo. Nos anos oitenta, as influências do Art Pop estariam presentes em géneros como o Post- Punk, na música industrial, no Synthpop e no período New Romantic Britânico.
Mais recentemente, os artistas associados ao Art Pop contemporâneo apresentam cada vez mais uma formação e raiz no Indie Pop ou no Indie Rock, como é o exemplo de artistas como St. Vincent, alt-j e Julia Holter. Também a nível do R&B Contemporâneo, muitos artistas encontraram uma forma de introduzir o conceito do Art Pop naquele género, como é o caso da música de artistas como Janelle Monáe e FKA Twigs. Para além destes, também muitos artistas ligados ao Hip-Hop apostaram em aspectos visualmente artísticos como complemento para a transmissão das suas mensagens e sonoridades, como é o caso de Kanye West.
