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Apresentação do Teatro Lethes em Faro
O Teatro Lethes (também conhecido como Colégio de Santiago Maior da Companhia de Jesus) é um edifício icónico da cidade de Faro, fazendo parte integrante do seu património cultural, turístico e edificado. Nele são apresentadas peças de teatro e realizados eventos e apresentações artísticas, entre as quais espetáculos musicais, dança, entre outros. 
Construído em 1605, o edifício começou por ser um colégio de Jesuítas – Colégio de Santiago Maior – fundado pelo então Bispo do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas. Com o confisco dos bens da Companhia de Jesus e a sua expulsão do país e dos domínios ultramarinos, em 1759, o Colégio de Santiago Maior encerrou as suas portas. Mais tarde, com a ocupação das tropas napoleónicas comandadas pelo General Junot, as instalações do antigo colégio dos Jesuítas foram devassadas e profanadas para aí alojarem os seus soldados.
Quando decorria o ano de 1843 Lázaro Doglioni, médico de nacionalidade italiana e proprietário do Palacete Doglioni, detentor de grande sensibilidade artística, manifestou vontade em construir na cidade de Faro um teatro que fosse semelhante ao Teatro de São Carlos existente em Lisboa, e como tal adquiriu o antigo colégio dos Jesuítas em hasta pública. O edifício foi totalmente remodelado e, a 4 de abril de 1845 (data de aniversário da Rainha Dona Maria II) é inaugurado.
‘Lethes’ é a designação de um conhecido rio cujas águas, de acordo com a tradição, tinham o poder mágico de apagar da lembrança das almas os reveses e as amarguras da vida. A escolha do nome ‘Lethes’ é um símbolo do apaziguamento desejado após os acontecimentos da Guerra Civil entre os anos de 1828 e de 1834. Na fachada exterior do edifício, está uma inscrição designada por monet oblectando que pode ser traduzida por “instruir, divertindo” e que constitui uma forte preocupação em salientar a cultura e a promoção dos espetáculos que lá se concretizavam e continuam a concretizar.
No início do séc. XX, o Teatro Lethes foi objeto de algumas intervenções com o objetivo de melhorar as condições do edifício, visando a evolução e melhoramento dos espetáculos de vários tipos lá realizados. Apesar destas intervenções, na década de 1920 o espaço começou a sofrer um grande declínio, levando a que a sala de espetáculos tivesse mesmo encerrado quando decorria o ano de 1925. Alguns anos mais tarde, mais concretamente em 1951, a família Cúmano vendeu o edifício do Teatro Lethes à Cruz Vermelha Portuguesa, que ainda é, nos dias de hoje, o proprietário do espaço dedicado às artes de representação. Após esta aquisição, o edifício voltou a sofrer algumas alterações e remodelações. Desde 2012 o espaço tem como estrutura residente a companhia ACTA – Companhia de Teatro do Algarve que nela organiza vários eventos artísticos.
