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A Muralha Afonsina de Viseu é uma muralha que foi mandada construir no reinado do rei D. Afonso V e da qual restam, nos dias de hoje, pequenos troços, na cidade de Viseu.
A Muralha Afonsina de Viseu é conhecida por esse nome precisamente por ter sido mandada construir no reinado do rei D. Afonso V. Está datada do ano de 1472 e o estilo predominante da sua construção é o estilo gótico, um estilo desenvolvido durante a Idade Média e que se prolongou até ao Renascimento, quando a inspiração clássica rompeu com o estilo até então utilizado. A muralha enquadra-se no ambiente urbano da cidade de Viseu e encontra-se meio destacada, integrada na construção civil existente na zona, sendo que os vários troços ainda existentes, que restam da muralha original, encontram-se inseridos na malha urbana ou na zona de cultivo da cidade. A Muralha Afonsina de Viseu é de propriedade pública, ou seja, do Estado Português e a sua função inicial foi uma função militar, para servir de cerca urbana da cidade, delimitando o espaço e fechando o mesmo para assim proteger e defender a cidade. A Muralha Afonsina de Viseu situa-se numa posição dominante, sobre uma colina, na confluência dos rios Pavia com o Rio Dão, que são sub afluentes do Rio Mondego. Apesar de existir a muralha, não foi construído nenhum castelo. Nos dias de hoje a Muralha Afonsina de Viseu tem uma função cultural e recreativa e é considerada um marco histórico e cultural da cidade de Viseu. Além disso a muralha e as sete portas existentes – que neste momento apenas duas se encontram intactas: a Porta do Soar ou Porta de São Francisco e a Porta dos Cavaleiros – são consideradas como Monumento Nacional – um bem de interesse nacional cuja proteção e valorização no todo ou em parte representa um valor cultural de significado para a Nação de Portugal – como está presente no Decreto publicado no dia 31 do mês de dezembro do ano de 1915.
A construção original da muralha e os vestígios que permanecem
A construção da Muralha Afonsina de Viseu ficou a cargo de António Pereira, de Diogo Afonso, de Pedro de Almeida, de António Francisco e de Teotónio Francisco e os materiais usados são granito, alvenaria, cantaria, aparelho ciclópico e afloramentos rochosos graníticos. A planta da muralha é de desenho poligonal e de traçado irregular e não se consegue precisar o perímetro da muralha, uma vez que nos dias de hoje apenas se consigam destacar e encontrar troços da construção original. Mantêm-se as duas portas acima referidas e vestígios de outras duas, num total de sete portas existentes em tempos. A muralha prolonga-se para os dois lados da Porta do Soar e estendem-se (do lado esquerdo) para a Rua Silva Gaio, onde aproveitou afloramentos graníticos e se moldou a eles. Do lado direito segue para a Rua Almeida Moreira onde é visível um pequeno troço muralhado com ameias e gárgulas de cano. Segue ainda pela Rua Almeida Moreira, já referida, em direção à Rua Formosa onde se inflete para a Rua Direita. Na Rua da Árvore ainda são visíveis os arranques dos arcos da Porta do Senhor Crucificado, no terreiro de Santa Cristina e um troço da Muralha Afonsina sobre o qual se encontra apoiada a Antiga Casa Senhorial da cidade. Depois dessa zona, a muralha seguia pelo Quintal da Prebenda e pela Rua do Gonçalinho seguindo até ao Largo Mouzinho de Albuquerque e à Porta dos Cavaleiros ou do Arco. Hoje em dia estão ainda visíveis os vestígios da Porta da Senhora do Postigo ou da Senhora das Angústias e também alguns troços maiores e mais significativos da muralha já junto à Porta do Soar. Os acessos à Muralha Afonsina podem fazer-se através da Porta do Soar, da Rua Almeida Moreira, da Porta de Santa Cristina, da Rua da Árvore, Porta dos Cavaleiros, pela Rua dos Loureiros, pela Rua Silva Gaio ou pela Rua Nunes de Carvalho.