Agência de notícias ou agência noticiosa, é uma empresa jornalística especializada em difundir informação que recolhe diretamente das suas fontes para os meios de comunicação social.
Uma agência de notícias é especialista em distribuir dados e notícias de forma contínua para jornais, revistas, estações de rádio, emissoras de televisão, websites, etc. Não difunde informação diretamente ao público consumidor, por isso uma agência de notícias não pode ser considerada media nem veículo de comunicação porque não publica diretamente para os leitores, ouvintes e espectadores, mas sim para os órgãos que falam diretamente com o público.
A Lusa, a Reuters, a Associated Press (AP) e a France-Presse (AFP) são exemplos de agências de notícias.
Razão de ser de uma agência de notícias
As agencias de notícias existem, justamente, para fornecer aos meios de comunicação social, notícias e outras informações que eles não conseguem obter por meios próprios. No fundo são os grossistas do jornalismo, os jornais para os jornalistas, porque os leitores dos conteúdos de uma agência de notícias são os profissionais que dão a forma final à notícia. Mas enquanto as primeiras vendem em grandes quantidades como fornecedoras, os meios de comunicação vendem em quantidades mais pequenas ao consumidor final, e o que é publicado ou difundido é sempre uma fração menor do enorme volume de informação que as agências enviam diariamente.
Se não existissem agências de notícias, possivelmente muitos acontecimentos noticiosos importantes poderiam passar despercebidos. É por causa delas que hoje qualquer pessoa fica a conhecer, quase que em tempo real, através da rádio, televisão, imprensa ou Internet, um qualquer facto noticioso que aconteceu no planeta.
Clientes das agências noticiosas
Os clientes de uma agência de notícias são os jornais, estações de rádio, emissoras de televisão, portais na Internet, etc, que normalmente pagam um valor fixo (mensal, semestral, anual…) para obterem o direito de reproduzir os conteúdos que as agências lhes fornecem.
De ressalvar que há outros tipos de empresas (por exemplo, bancos), instituições públicas (por exemplo, autarquias) e até particulares (por exemplo, empresários) que podem recorrer aos serviços de uma agência de notícias para acesso rápido à informação.
Tipos de agência de notícias
As agências de notícias podem ser mundiais, regionais, nacionais e até especializadas em determinado assunto ou tema.
Um pouco de história…
As agências noticiosas surgiram em meados do século XIX com a criação da primeira agência em Paris em 1835, a Havas (hoje France-Presse), fundada pelo escritor e tradutor Charles-Louis Havas. Esta agência de notícias enviava as principais informações e notícias do exterior por telegramas para os jornais, que pagavam por esse serviço. Anos depois, em 1851, um dos sócios da Havas, Julius Reuter, abandona a empresa para fundar uma nova agência de notícias, desta feita em Londres: a Reuters.
Em 1849 Bernard Wolff funda a Wolff, na Alemanha, e em 1853, Guglielmo Stefani funda a Agenzia Stefani, em Turim.
A origem das agências de notícias prende-se com uma serie de razões técnicas e históricas, nomeadamente a expansão do capitalismo e o consumo crescente de informação, além da inclusão de novas tecnologias de comunicação.
Durante a Guerra Civil Americana nos Estados Unidos, os maiores jornais de Nova Iorque juntam-se para formar a Associated Press e em 1907 é fundada a United Press e dois anos depois a International News Service (as últimas acabam por se fundir e formar a United Press International).
Na época a necessidade de informação era cada vez maior e por isso eram redigidas e produzidas notícias com maior rapidez de lugares cada vez mais distantes. Porém, os órgãos de comunicação não conseguiam cobrir tantos acontecimentos em tantos lugares diferentes (seriam necessários muitos recursos técnicos, humanos e financeiros), por isso as agências de notícias (empresas que compilavam as notícias que ocorriam nas suas áreas geográficas) surgiram como uma solução. E se no início da sua atividade estas empresas eram nacionais ou internacionais, com o auge do capitalismo, começaram a produzir em massa. Depois, com o desenvolvimento tecnológico (satélites, Internet, fibra ótica…) o volume de informação que circula diariamente chegou a níveis jamais antes alcançados porque existem agências noticiosas nos diferentes pontos de interesse informativo.
Funcionamento das agências noticiosas
Uma agência de notícias recolhe informações através dos seus correspondentes (jornalistas) em diferentes lugares e transmite-as, de imediato, para a central sob a forma de notícia, artigo, reportagem, fotografia, vídeo, infografia, etc. Na central trata-se a informação em forma de notícia (na maioria das vezes) de modo a enviá-la, por fim, para os clientes, ou seja, meios de comunicação social. Há agências de notícias que fornecem informação, também, para os organismos oficiais de seus respetivos países.
Para um órgão de comunicação, entenda-se, o custo a nível de correspondentes noutros países é infinitamente mais elevado do que a assinatura numa agência de notícias. Para órgãos de informação regionais e com recursos financeiros limitados, esta é mesmo a única forma de conhecerem as notícias de outros países ou desvendarem factos que não têm meios de apurar por si próprios.