Conceito
O termo trítono designa um intervalo de quarta aumentada ou quinta diminuta, constituído por três tons inteiros, por exemplo, um intervalo de fá a si, ou de si a fá, em modo ascendente.
Como dissonância melódica e harmónica, o trítono tem sido fundamental para o estudo da harmonia na música pela flexibilidade com que pode ser trabalhado. Veja-se, por um lado, o seu uso permite fugir à tonalidade, se assim se entender mas, por outro lado, como parte do acordo de sétima dominante, auxilia a estabelecer a tonalidade.
Pode ser encontrado, com facilidade, em diferentes géneros musicais, como o clássico, o jazz, os blues, o rock ou o heavy metal, geralmente com o intuito de criar tensão ou tristeza.
O som do diabo
O nome “diabolus in musica” ou, em português, “som do diabo”, tem sido aplicado a este intervalo desde o século XVIII, embora não se restrinja exclusivamente a este caso, (“mi contra fa diabolus est in musica”, ou seja, “mi contra fá é o diabo na música”).
É comum afirmar-se que a expressão surgiu na Idade Média, altura em que os músicos e compositores estariam alegadamente proibidos de o executarem. Embora não se tenham encontrado registos escritos da expressão nos tempos medievais, é possível que o termo tenha essa proveniência, mas não porque o intervalo estaria proibido. Aceita-se, sim, que a sua difícil entoação e o facto do sentido de consonância dominar a música, pelo menos, até ao romantismo e ao modernismo, tenha condicionado e limitado o seu uso nos séculos anteriores. Nos períodos barroco e clássico era usado de modo controlado, como mecanismo de tensão para a consequente resolução “consonante”.
