Afonso I de Aragão

Afonso I de Aragão reinou tanto no Reino de Aragão como no Reino de Navarra, foi responsável pela conquista de Saragoça aos muçulmanos e pela duplicação do território de Aragão.

Biografia de Afonso I de Aragão:

Afonso I de Aragão, o Batalhador, nasceu em 1073 ou 1074, a historiografia não consegue precisar ou chegar a um consenso quanto à sua data de nascimento, reinou de 1104 até a sua morte a 7 de Setembro de 1134, sucedendo ao seu irmão Pedro. Era filho de Sancho I de Aragão com Felícia de Roucy,

Afonso I de Aragão

Afonso I de Aragão

Passou grande parte da sua juventude no Mosteiro de San Pedro de Siresa, onde aprendeu a ler e a escrever, e as mais diversas ciências, entre elas a arte da guerra sobre a orientação de Lope Garcés. Como segundo filho de Sancho, viu o seu irmão suceder ao pai, após a morte de Sancho. Durante a governação do irmão participou em diversas campanhas contra os mouros, iniciando o percurso militar que iria valer-lhe o epíteto de o Batalhador.

Após a morte do irmão em 1104 sobe ao trono do Reino de Aragão e de Navarra, na época a sua maior preocupação era o combate aos mouros, mas como soberano tinha de garantir a continuação da linhagem governativa. Em 1109 casou-se com a Rainha Regente de Leão e Castela, Urraca de Leão. Este matrimónio visava unificar os dois grandes reinos cristãos da Península Ibérica, Aragão e Leão e Castela. Mas face à ambição de Urraca, em manter e expandir o seu poder e influência, eclode uma guerra entre ambos, entre os reinos que deviam unir-se no combate a um inimigo comum, os mouros.

Iniciou-se um conflito pelo controlo sobre os territórios cristãos. Mediante a experiência e mestria militar de Afonso I de Aragão, os apoiantes de Urraca foram facilmente derrotados, mas como os únicos verdadeiros apoiantes de Afonso eram a nobreza aragonesa, ele não conseguia manter os territórios de Leão e Castela sobre controlo.

Em 1110 o Papa considerou o casamento nulo, por serem familiares próximos. Em termos de política papal, a anulação desde casamento pretendia que os dois reinos que potenciavam a Reconquista Cristã na Península não guerreassem entre si, e concentrassem os esforços no combate aos muçulmanos.

Afonso I de Aragão manteve o casamento até 1114, como forma de reafirmar a sua própria proclamação como Imperador, tendo os reinos de Aragão, Navarra, Leão e Castela sobre o seu domínio. Afonso vivia para a guerra, não demonstrava verdadeiramente interesse relativamente às mulheres, certas crónicas descrevem que dormia muitas vezes com a armadura, e quando certa vez foi questionado porque não tirava partido das mulheres mouras aprisionadas nas suas conquistas, terá respondido que os homens dedicadas à guerra preferiam a companhia de homens à das mulheres.

Durante o seu reinado, Aragão conhece o período de maior expansão territorial, duplicando a sua área com a conquista de Saragoça em 1119, auxiliado por cruzados vindos um pouco de toda a Europa. Embora esta tenha sido a sua principal conquista, diversas cidades mouras foram conquistadas até a sua morte em 1134.

Foi um dos grandes governantes e generais da Reconquista, aquando da sua morte não tinha qualquer descendente, e como referido anteriormente vivia para a guerra e Reconquista de território aos ‘infiéis’, colocando para segundo plano a questão familiar. Em testamento deixou o reino de Aragão e Navarra para as ordens militares, para que pudessem continuar o processo de expansão, esta pretensão foi rapidamente contestada pela nobreza aragonesa que, nomeou o seu irmão Ramiro II como Rei de Aragão e Garcia IV como Rei de Navarra, restaurando assim a independência deste Reino.

O legado de Afonso I de Aragão para o resto da Reconquista é inquestionável, é graças a ele, que Aragão tornou-se um grande reino da Europa que nos séculos seguintes iria expandir-se pelo Mediterrâneo e no século XV unificar-se dinasticamente com Castela, através dos Reis Católicos, originado o grande reino de Espanha.

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References:

ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia de España de la Edad Media, Ariel, 2002
GARCÍA DE CORTÁZAR, José Ángel; La Época Medieval, Alianza Editorial, 1988

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