Zoroastrismo

O Zoroastrismo foi uma religião fundado na antiga Pérsia, podendo ter estado na origem de conceitos basilares para as três grandes religiões do livro, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Zoroastrismo

Zoroastrismo

O Zoroastrismo é considerada a primeira religião monoteísta ética, onde estão presentes conceitos como a dualidade entre bem e mal, a ressurreição, vinda de um Messias, paraíso e juízo final. É por este enquadramento dogmático, que o Zoroastrismo é considerado a fonte de inspiração para as três religiões do livro, os judeus ainda esperam o Messias, cristãos e muçulmanos já tiveram esta entidade, Jesus e Maomé respectivamente. As três religiões acreditam no paraíso e no julgamento final de todos os humanos e almas, assim como foi descrito por Zaratustra.

Inicialmente a antiga Pérsia tinha um conjunto de divindades inspiradas na mitologia e teologia Hindu, divindades separadas entre ahuras (senhores) e daivas (deuses). Segundo os escritos, Zaratustra quando executava um ritual de purificação segundo a antiga religião persa num rio, recebeu a visita de Vohu Manah, que o conduziu à presença de Ahura Mazd – Deus, onde foi-lhe revelada a primeira parte da mensagem divina, este seria o primeiro de vários encontros entre Zaratustra e Deus. A ascensão de Maomé aos céus guiado pelo arcanjo Gabriel assemelha-se à génese do Zoroastrismo.

Após receber a mensagem divina, o profeta começou a espalhar a nova perspectiva religiosa pela Pérsia. Os ensinamentos mais sagrados de Zaratustra estão presentes nas Gathas, conjunto de dezassete cânticos redigidos pelo profeta que conjuntamente com outros escritos formam o livro sagrado do Zoroastrismo – Avesta.

Um conceito fulcral para esta religião, e até para a perspectiva do mundo ocidental é a dualidade entre o bem e o mal. Ahura Mazd representa a criação, a luz e tudo o que é positivo, Ahriman representa o oposto, é responsável por todo o que de mau existe no mundo, doença, guerra fome, miséria, á imagem da dualidade cristã entre Deus e Satanás. Segundo a visão do Zoroastrismo, Ahriman será derrotado numa grande batalha final e o bem prevalecerá, à semelhança do Armagedão descrito na Bíblia. Outra corrente teológica do Zoroastrismo tem uma visão distinta, e mais próxima do hinduísmo, cada um tem dentro de si a possibilidade de escolha entre o bem e o mal, não uma dualidade e luta universal e inevitável entre bem e mal.

A fundação do Império Aqueménida no século sexto antes do nascimento de Cristo potenciou ainda mais a religião, tornando-se a interpretação religiosa oficial do Império. Os aqueménidas tinham uma forte tolerância religiosa, permitindo aos povos incorporados nos seus domínios a liberdade de culto. A queda deste império às mãos de Alexandre Magno provocou um ligeiro retrocesso no Zoroastrismo, com diversos tempos destruídos e generalidade dos sacerdotes assassinados.

A morte de Alexandre sem descendentes levou á fragmentação do seu vasto Império pelos seus principais generais. A Pérsia ficou sob o domínio de Seleuco, fundador do Império Selêucida, a tolerância e respeito desta entidade governativa levou a nova expansão desta religião, difundiu-se por todo o Médio Oriente e atingindo as fronteiras da China.

Após a conquista da Pérsia no século sexto depois de Cristo, por parte dos muçulmanos, a generalidade da população converteu-se ao Islão. No século X um grupo de seguidores do Zoroastrismo deixou a Pérsia e fixou-se na Índia, onde permanecem até os nossos dias. Gradualmente os persas foram convertidos ao Islão, é residual o número de seguidores desta fé no actual Irão. Graças à diáspora iraniana, o Zoroastrismo difundiu-se um pouco por todo o mundo, podendo ser encontrados templos actualmente nos Estados Unidos da América, Reino Unido ou Canadá.

Os dogmas fundamentais dos zoroastristas são a imortalidade da alma, crença na vinda de um Messias, ressurreição dos mortos e juízo final, olhando para estas características fundamentais, é facilmente perceptível as semelhanças os o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.

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References:

BOYCE, Mary – Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices. New York: Routledge, 2002

SMART, Ninian – The World’s Religions. Cambridge University Press, 1998

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