Sustentabilidade nos Operadores Turísticos

O presente texto aborda a sustentabilidade nos operadores turísticos; apresentamos assim o que estes podem realizar de forma a promover a sustentabilidade.

A sustentabilidade nos operadores turísticos ainda é uma prática pouco comum, na medida em que ainda são poucos os que adotam práticas sustentáveis, pois pensam que o seu negócio não produz impactes no destino, nas comunidades locais e no ambiente.

Um dos grandes fatores de reticencia destes intermediários na adoção de medidas sustentáveis, diz respeito dos mesmo acharem que a garantia da sustentabilidade apenas diz respeito aos gestores do destino turístico e que estes é que devem desenvolver as ações necessárias.

No entanto, um destino turístico que queira apostar na qualidade e na sustentabilidade é necessários que todos os agentes do sector adotem práticas sustentáveis para sobreviverem no novo mercado e satisfazerem as necessidades do novo turista verde, ou seja, a sustentabilidade deve ser encarada como um fator crítico do sucesso das empresas.

Os operadores turísticos podem adotar um variado leque de medidas sustentáveis, tais como: adotar esquemas de financiamento (apoiar economicamente as sociedades em determinados projetos de forma a melhorar a qualidade de vida dos residentes); fornecer informação ao turista incentivando-os a desenvolverem atitudes verdes quando partem de férias; implementar códigos internos de conduta, apostando na formação dos recursos humanos para que estes pratiquem medidas sustentáveis; desenvolver pacotes turísticos ecológicos, respeitando o ambiente e optando por serviços sustentáveis; realizar a reciclagem de brochuras; apostar em workshops para clientes e funcionários de forma a despertar a consciência para a realidade ambiental e a importância da mudança de hábitos.

Apesar dos operadores estarem pouco sensibilizados para a temática da sustentabilidade já existe alguns casos de sucesso a registar. A International Federation of Tour Operators é uma organização sem fins lucrativos, criada na Suíça por e para operadores turísticos, com o apoio do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), da UNESCO (Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas) e da OMT (Organização Mundial de Turismo), e com o intuito de tornar a questão da sustentabilidade a principal linha do seu negócio, incitando a colaboração e a cooperação entre todos os associados.

A sua missão é a de fomentar a integração de práticas sustentáveis nos operadores, provendo instrumentos que permitam minimizar os impactes negativos e maximizar os impactes positivos que surjam no seio dos destinos, tanto ao nível do ambiente, como das comunidades locais. A mesma prevê as seguintes práticas: gestão interna, nomeadamente do que diz respeito aos desperdícios e à reciclagem; gestão e desenvolvimento de produtos ambiental, social e economicamente sustentáveis; contratação de fornecedores sustentáveis; garantir relações estreitas com os clientes, disponibilizando informação sobre a temática da sustentabilidade e promovendo comportamentos responsáveis; estimular a cooperação e inter-relação com todos os stakeholders, incitando à adoção de práticas sustentáveis no setor.

A Sustainable Travel International (STI) é uma organização sem fins lucrativos estabelecida em 2002, que procura colocar ao dispôr dos agentes turísticos a informação necessária para proteger o meio ambiente e o património cultural, potenciando o desenvolvimento económico em simultâneo. Uma das medidas promovidas pela STI tem que ver com a adopção de práticas sustentáveis por parte dos agentes, ao abrigo do Programa de Eco-certificação (Sustainable Tourism Eco-Certification Program – STEP).

Por outro lado, existe também normas e códigos de conduta que focam a sustentabilidade do prisma económico (meio empresarial) e social (direiros humanos). As Normas ISO 9001 são uma norma que identifica os requisitos para a adopção de um sistema de gestão da qualidade numa organização, incluindo os prestadores de serviços turísticos. Baseia-se nos seguintes princípios: enfoque no cliente, liderança, envolvimento das pessoas, abordagem por processos, abordagem à gestão através de um sistema de gestão de qualidade, melhoria contínua, tomada de decisões baseada em factos e relações mutuamente benéficas com os fornecedores. O “The Code” consiste num código de conduta que proteja as crianças da exploração sexual no turismo, o mesmo prevê que os fornecedores de serviços turísticos (operadores turísticos) implementem uma política que previna essa exploração e incluam uma cláusula contratual que diga respeito a essa mesma questão.

Apesar destes exemplos os operadores turísticos ainda têm um longo caminho a percorrer na adoção das medidas mais sustentáveis; porém, cabe aos consumidores também um papel importante na medida que podem optar por compra de serviços em operadores sustentáveis e responsáveis obrigando os restantes a adaptarem-se.

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References:

Referências Bibliográficas:

  • Augusto, Bernardo Rodrigues Santos (2009), Contributos para a Sustentabilidade do Subsector dos Operadores Turísticos em Portugal. Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa. [dissertação de mestrado].
  • Careto, H., Lima, S. (2006), Turismo e Desenvolvimento Sustentável. Lisboa: Geota.
  • Lima, S., Partidário, M. R. (2002), Novos Turistas e a Procura da Sustentabilidade: um Novo Segmento de Mercado Turístico. Lisboa: Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia.
  • Organização Mundial do Turismo (OMT, 1999), Código Mundial de Ética do Turismo

 

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