Artemisia absinthium (Absinto)

Planta herbácea com raízes fibrosas, folhas recortadas, cinza-esverdeado acima e branco abaixo, flores amarelas e o fruto é uma cípsela. Geralmente encontra-se em áreas ruderais, onde há pouca concorrência de outras plantas.

 

Artemisia absinthium (Absinto)
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
Plantae Magnoliophyta Magnoliopsida Asterales Asteraceae Artemisia A. absinthium

 

Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
Polinização
Europa, Ásia e Norte de África Pouco preocupante Ruderal Solos secos e pobres Perene Anemófila

 

Características Físicas
Anatómicas Planta herbácea com raízes fibrosas, folhas recortadas, cinza-esverdeado acima e branco abaixo, flores amarelas e o fruto é uma cípsela.
Tamanho 1,5 m (máx.)

Sistemática e distribuição geográfica

O absinto é uma planta nativa da Europa, Ásia e Norte de África. Foi introduzida no início do século XIX na América do Norte para ser usada tanto a nível medicinal como social.

Distribuição geográfica de Artemisia absinthium em Portugal. Fonte: Jardim Botânico da UTAD.

Distribuição geográfica de Artemisia absinthium em Portugal.
Fonte: Jardim Botânico da UTAD.

Em Portugal, a sua distribuição é espontânea no Norte do país, embora rara.

Artemisia absinthium é muito semelhante à espécie Artemisia abrotanum (abrótano), em termos morfológicos. Diferenciam-se quimicamente, o absinto possui substâncias derivadas de tiofeno (composto aromático) que são inexistentes no abrótano.

O género Artemisia deriva da palavra Artemis, a deusa grega da castidade e do parto.

Absinthium é o nome dado originalmente para a planta. Acredita-se ser de origem grega e significa “intragável”, um reflexo do seu gosto muito amargo.

Esta planta também é conhecida por Acinto, Amargoso, Citronela-maior, Erva-das-sezões, Grande-absinto, Losna, Losna-maior, Sintro e Santónica.

Morfologia

Flores de Artemisia absinthium. Fonte: Arnold

Flores de Artemisia absinthium.
Fonte: Arnold

É uma planta herbácea perene sufruticosa (planta com tecidos lenhosos apenas na base), com cerca de 1,5 m de altura com muitas ramificações. As folhas são pinadas dissecadas e apresentam a côr cinza-esverdeado na parte de cima da folha e branco abaixo. Folhas e caules da planta são cobertos por cabelos de seda finos que dão à planta uma aparência acinzentada. Os caules são lenhosos apenas na base da planta. As flores marginais são pistiladas e as flores centrais são férteis e perfeitas. As hastes florais aparecem em cada nó de folha superior e produzem inúmeras flores amarelas. O fruto é um pequeno aquénio, chamado cípsela (fruto seco, formado por um aquénio, com pericarpo duro, separado da semente. São de pequenas dimensões e podem possuir pequenos ¨ganchos¨ que auxiliam a sua aderência nos pelos dos animais). A semente é lisa, plana e de côr castanho-cinza clara.

Características edafoclimáticas

O absinto geralmente encontra-se em áreas ruderais, onde há pouca concorrência de outras plantas. Habitats preferidos incluem solo seco em beiras de estradas, áreas de resíduos, pastagens e terras agrícolas. Também é normalmente encontrado em vedações, possivelmente como resultado de pastoreio intensivo ao longo de cercas. Há também estudos de que a planta prefere uma oferta abundante de humidade para desenvolver-se. Portanto, o absinto pode ocorrer em áreas associadas com níveis acima da média de humidade.

Importância sócio-económica e seus usos

O absinto é uma erva medicinal, apresentando as seguintes características terapêuticas: digestivo, colagogo, carminativo, tônico hepático, vermífugo, orexígeno (estimula o apetite), bactericida e anti-inflamatório.

É usado também para aromatizar algumas bebidas espirituosas e vinhos, como o vermute. Na Idade Média, foi usado para tempero do hidromel, e em Marrocos é usada como chá. Na Inglaterra (séc. XVIII), o absinto foi usado em vez de lúpulo na cerveja.

Os rebentos frescos ou secos são usados para repelir insectos e ratos, e são fixados entre roupas para repelir traças. Uma infusão da planta é usada para afastar lesmas e insetos. A planta contém substâncias chamadas lactonas sesquiterpênicas, que são fortemente insecticidas.

No entanto, é necessário ter alguns cuidados pois a planta é tóxica e o uso frequente desta planta pode tornar-se viciante. Isto é, em elevadas quantidades pode causar problemas ao nível do sistema nervoso central devido aos glicósidos venenosos que contém e ao seu óleo volátil. Podendo causar efeitos adversos como alucinações, insónias, tonturas, ataques epiléticos, convulsões, etc.

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References:

  • NatureServe (2015) Artemisia absinthium, Acedido em 27 de Janeiro de 2016 em: http://explorer.natureserve.org.
  • Ribeiro, P. e Diniz, R. (2008) Cultivo de plantas aromáticas e medicinais. Londrina. Lapar
  • Richard Mabey (2010). Weeds. The Story of Outlaw Plants. Profile Books Ltd. pp. 102–103.
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