Biografia
Nasceu a 14 de Outubro de 1873
Faleceu a 16 de Outubro de 1956
Jules Rimet, nascido em França, ficou conhecido no mundo do futebol por ter sido o terceiro e um dos mais preponderantes presidentes da FIFA (sigla francesa para Fédération Internationale de Football Association, em português: Federação Internacional de Futebol).
O dirigente francês ocupou o cargo entre 1921 e 1954, sucedendo a Daniel Woolfall e tendo sido sucedido por Rodolphe Seeldrayers, tornando-se o presidente mais longo da história da instituição, ao preencher um total de trinta e três anos de serviço.
Simultaneamente, serviu também como presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF) de 1919 a 1942.
Filho de pai merceeiro, Jules Rimet mudou-se com a família para a capital francesa, Paris, em 1884, aos onze anos de idade. Mais tarde, tornou-se advogado e em 1897 fundou o clube desportivo Red Star, que, seguindo os seus ideais, não promovia qualquer discriminação de classes.
Dirigência Desportiva e FIFA
Em 1904, Rimet esteve envolvido na fundação da FIFA, que viria a ter como principal objectivo na altura promover o futebol internacional e competições entre selecções nacionais. A Primeira Guerra Mundial adiou os planos de Jules e da FIFA, sendo que o dirigente foi convocado para servir como oficial no exército francês e condecorado com a Cruz de Guerra (condecoração militar francesa, criada em 1915, para aqueles que se distinguem por actos de heroísmo em combate).
Após a guerra, em 1919, tornou-se então presidente da Federação francesa de Futebol e, a 1 de Março de 1921, presidente da FIFA. Durante o seu mandato à frente dos destinos da organização que tutela o futebol mundial, Jules Rimet elevou o número de Federações Nacionais de Futebol associadas de doze para oitenta e cinco. Isto, apesar de ter perdido a participação das Federações inglesa, galesa e escocesa nos anos iniciais.
A criação do campeonato do Mundo de Futebol
O grande objectivo de Rimet e da FIFA passava pela realização de uma competição mundial de futebol entre selecções. O sonho viria a concretizar-se na América do Sul, quando em 1930 teve lugar a primeira competição do género, no Uruguai. Os planos para o grande evento começaram dois anos antes e a escolha do anfitrião assentou nas garantias de infra-estruturas oferecidas e pelo facto de a Federação de Futebol Uruguaia ter garantido o pagamento de todas as despesas de viagens.
A competição, conquistada pela equipa anfitriã, contou com treze selecções, mas apenas quatro eram europeias (França, Bélgica, Roménia e Jugoslávia), uma vez que a participação no torneio implicaria a ausência dos jogadores das competições internas dos respectivos países durante três meses. A situação resultou em críticas por parte das federações de países europeus, levando o campeonato do mundo seguinte (1934) a ser organizado em Itália, sob o regime fascista de Benito Mussolini. Na altura, Jules Rimet foi acusado de ignorar o facto de a prova ter sido usada para promover o regime político em questão.
Após a Segunda Guerra Mundial, as Federações de Futebol britânicas finalmente concordaram em integrar um Campeonato do Mundo, o de 1950, no qual Rimet entregou o troféu pessoalmente ao capitão de equipa do Uruguai, que venceu a prova pela segunda vez.
Os esforços de Jules Rimet em estabelecer o torneio mundial valeram-lhe a nomeação em 1956, ano em que faleceu, para o Prémio Nobel da Paz, que acabou por não ser atribuído a ninguém.
O legado
Jules Rimet viria a falecer em Suresnes, na França, dois dias depois de completar oitenta e três anos. Em 2004, foi postumamente ordenado como membro da Ordem de Mérito da FIFA.
O troféu original do Campeonato do Mundo de Futebol recebeu o seu nome, em homenagem, e ganhou especial mediatismo quando foi roubado pouco antes do Mundial de 1966 na Inglaterra e encontrado pelo famoso cão chamado «Pickles». A taça voltou a ser roubada mais uma vez em 1983 e existe a forte suspeita de ter sido derretida, embora não existam provas conclusivas.
Em França, na localidade de Theuley, existe uma estátua de Jules Rimet, colocada no meio de uma área de penálti com uma baliza.
A personagem do dirigente francês foi interpretada pelo actor francês Gerard Depardieu em 2014, no filme «Paixões Unidas», que retrata a história da FIFA.
References:
www.fifa.com