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Apresentação do Castelo de Paderne
O Castelo de Paderne localiza-se na cidade e freguesia do mesmo nome, no concelho de Albufeira, no distrito de Faro, em Portugal. O castelo ergue-se em posição dominante sobre a ribeira de Quarteira, a apenas dois quilómetros a sul da cidade. É um dos sete castelos que figuram na Bandeira de Portugal. As ruínas deste castelo, de cor avermelhada, é um dos mais belos exemplares de arquitetura militar muçulmana na Península Ibérica.
O Castelo de Paderne está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1971.
História do castelo
O Castelo de Paderne é um hisn, ou seja, uma pequena fortificação rural hispano-muçulmana do período almóada (segunda metade do século XII e primeiras décadas do século XIII). Nas muralhas foi utilizado um único processo construtivo: a taipa militar. As muralhas envolvem uma área de cerca de um hectare a que se acede por um único portão.
A mais antiga referência documental ao castelo remonta a 1189, quando foi conquistado pelas forças de D. Sancho I. O domínio destas tropas durou pouco tempo, uma vez que em 1191 foi recuperado pelas forças almóadas comandadas pelo califa Iacube Almançor.
Apenas no reinado de D. Afonso III é que o castelo voltou em definitivo para a posse portuguesa, com a conquista por D. Paio Peres Correia, em 1248. Como consequência iniciou-se um processo de repovoação. Sob o reinado de D. Dinis os domínios do castelo e da vila foram doados à Ordem de Avis.
O castelo foi abandonado a partir do século XVI e este caiu progressivamente em ruínas. O terramoto de 1755 acelerou os danos.
Em 1971 as ruínas, constituídas por alguns troços de muralhas, a torre albarrã e as paredes da capela foram classificadas como Imóvel de Interesse Público.
Desde 1997 que se têm desenvolvidos trabalhos de prospeção arqueológica que permitem perceber a existência de estruturas habitacionais. Estas estruturas revelam que, ao abrigo das muralhas, o espaço era urbanizado com ruas estreitas de traçado ortogonal.
Características do castelo de Paderne
Exterior do castelo
O castelo de Paderne, como já foi mencionado, é uma construção com o uso predominante da taipa, com detalhes de alvenaria, madeira e pedra. Tem uma planta em forma retangular com muralhas ameadas que se comunicam com uma passagem através de uma ponte com uma torre albarrã. A torre tem planta quadrangular com 9,30 metros de altura máxima conservada. Além disso, possui uma porta em cotovelo oposta à torre. Assim, é possível perceber que este castelo é um significativo exemplo de arquitetura militar islâmica.
Interior do castelo
As pesquisas arqueológicas desenvolvidas exumaram estruturas habitacionais no interior do castelo, o que permite perceber que ao abrigo das muralhas o espaço era totalmente urbanizado com ruas estreitas mas de traçado ortogonal, percorridas por um sistema de esgotos que conduzia as águas residuais ao exterior do recinto. As ruas formavam quarteirões com habitações de pátio central descoberto ao qual se acedia desde todas as salas. Os estudos sobre o local também permitem perceber que após a conquista cristã se instalou no castelo uma nova população que adaptou e alterou o modelo doméstico inicial. As duas cisternas são o testemunho dos momentos de ocupação do castelo: islâmico e cristão.
Na área escavada a casa Álife é a habitação islâmica mais representativa do período almóada, uma vez que reflete o modo como as habitações almóadas estavam estruturadas em redor de um pátio central, neste caso de planta retangular, que está pavimentado por lajes que substituíram os ladrilhos originais. Em redor do pátio central estão oito salas. A porta de entrada é a única atualmente visível.
No interior do castelo estão as ruínas românticas de uma construção em pedra rudemente aparelhada que seria um templo evocado a Nossa Senhora da Assunção.