Turismo Religioso

Turismo Religioso – é um segmento de mercado cuja motivação de visitação é a fé, a busca da espiritualidade, a prática religiosa e portanto, um tipo de Turismo diferente de todos os outros, sendo que tem por base os acontecimentos religiosos das localidades recetoras. Trata-se, pois, de um termo utilizado pela indústria do Turismo, pelos empresários da área e ainda pela própria Igreja Católica. O Turismo Religioso é uma experiência que pode, ainda, ter cariz educativo, uma forma de educar de forma religiosa.

Alguns autores consideram a existência de duas correntes religiosas. Por um lado, aquela em que a peregrinação é parte essencial da religião (os Budistas, os Católicos, os Muçulmanos) e por outro, a inexistência de peregrinação, mas onde o crente é praticante de um tipo de Turismo ligado à religião (os Judeus e os Protestantes).

Em diversas culturas, a religião é parte significativa e influencia os comportamentos e as práticas do Homem, como acontece nos continentes africanos e asiáticos.

Pode, mesmo, afirmar- se que foi na Grécia que surgiu o primeiro movimento de Turismo Religioso, quando as pessoas se deslocavam para assistir aos Jogos Olímpicos realizados por forma a homenagear os Deuses do Olimpo. Seria d.C. que surgiriam, ainda, as peregrinações à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Nos dias que correm, o turista ao deslocar-se com uma motivação religiosa, usufruiu de uma série de recursos, tais como meios de transporte, hotelaria e restauração local. Estes locais religiosos podem ser metropolitanos, naturais ou oficialmente sagrados onde o Homem busca incessantemente energia e fé.

Trata-se ,pois, de um produto turístico ainda com muito por explorar. O Turismo Religioso é , então, indissociável do Património Religioso, e logo, parte integrante do Turismo Cultural, existindo uma variedade de edifícios sagrados com interesse turístico e que são, desta forma, visitados pelos turistas. Existe, assim, uma relação vincada entre a religião e a cultura, constatada desde tempos passados onde o Homem procurava comunicar com o que fosse divino, algo superior, que o orientasse e ajudasse nos momentos mais conturbados da vida.

Portugal é um país marcado pelo Catolicismo, bem visível através da arquitetura onde os azulejos decorativos e as réplicas da Ceia do Senhor, estão bem presentes nas habitações onde são evocados temas religiosos das mais diferentes formas.

Um país que enaltece essa mesma religiosidade através das festas religiosas, nomeadamente as procissões, não esquecendo ainda a literatura poética assinalada, por exemplo, por Luís Vaz de Camões (1524 – 1580) e por Almeida Garrett (1799-1854).

Refiram-se algumas das mais conhecidas peregrinações cristãs: Terra Santa (Itália); Santiago de Compostela (Espanha); Lourdes (França); Fátima (Portugal). Fátima é um dos principais locais de peregrinação mariana a nível mundial onde são variadíssimos os motivos da visita, como a descobertas das ermidas, capelas ou a rota das catedrais. As próprias agências de viagens são muitas das vezes responsáveis pela organização das peregrinações.

A partir dos finais do século XIX, as motivações de viagem começaram-se a alterar-se e seria a partir de finais dos anos 70, que haveria um aumento das peregrinações, aumento esse muito devido ao desenvolvimento dos santuários então existentes. Destaque para os seguintes santuários: o Santuário de Fátima, o Santuário do Bom Jesus, o Santuário do Sameiro e o Santuário de São Bento da Porta Aberta.

É, ainda, de enaltecer as características do Turismo Religioso segundo Santos (2008):uma viagem voluntária, que seja temporária e que em simultâneo não remunerada; o visitante é motivado pela religião; a viagem é complementada, ainda, por outras motivações; o destino é um local religioso; viajar para o destino escolhido não é uma prática religiosa.

O Turismo Religioso é, desta maneira, uma realidade recente, mas que se encontra em expansão a nível mundial, “um fenómeno com poucas décadas de existência, desde que se considere que as modalidades históricas de peregrinação não são enquadráveis no seu âmbito” (SANTOS, 2006, p. 239).

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References:

http://www.fatima.pt/pt/

SANTOS, Norberto e Fernanda Cravidão, Geografia Física e Turismo. De uma convivência escondida a uma relação assumida.VI Seminário Latino-americano de Geografia Física, II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física, Coimbra, 2010.

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