No centro de Tóquio, no Japão, encontra-se um distrito famoso pela sua enorme quantidade de lojas electrónicas e de cultura pop. Akihabara, zona também popularmente conhecida como Akiba devido a um santuário local dedicado a uma divindade chamada Hibuse que tinha o poder de conter o fogo, santuário que ironicamente foi destruído por um fogo em 1869. É o distrito de Tóquio que ganhou a alcunha de centro da cultura Otaku, graças à imensidade de lojas dedicadas à cultura anime e manga dispersas pelas ruas circundantes. Desde lojas de figuras, jogos, musica, filmes, roupas para cosplay, cafetarias e restaurantes temáticos, salões de jogos, entre muitas outras cada uma dedicada a um nicho de público específico. O movimento é tal que aos domingos a rua principal do distrito, Chuo Dori, é fechado ao transito entre as 13:00 e as 18:00 horas.
Um local repleto de entretenimento.
Akihabara tornou-se um grande centro de comércio após a Segunda Grande Guerra Mundial incitado também pelo mercado negro do pós-guerra. Antes disso a cidade era um distrito que ligava a cidade de Edo ao nordeste do Japão, tornando a área uma zona habitada por mercadores e artesãos, assim como alguns samurais de classe baixa. A construção do santuário de Chinkasha, também conhecido por Akiba, servia para proteger a área de futuros fogos que eram muito frequentes na época. A zona passou a ser conhecida por Akibagahara e mais tarde Akihabara. Com a construção da estação de Akihabara em 1888 o santuário passou para o distrito de Taito.
Com a inauguração da estação em 1890 as trocas comerciais floresceram e passou a vender-se um pouco de tudo desde vegetais, frutas e artesanato. Trinta anos depois em 1920 a estação ganhou um maior numero de passageiro com a abertura ao transportes publico e depois da Segunda Grande Guerra o mercado negro tomou as ruas devido à falta de um governo local. As circunstancias tornaram a zona um centro de investimento e a partir de 1930 cada vez mais as lojas se tornavam especializadas em algum tipo de electrónica desde electrodomésticos, equipamentos de som, entre outros, ganhando assim a alcunha de “Cidade Electrónica”.
Na década de 1980 as lojas começaram lentamente a mudar a sua orientação para os videojogos e outras formas de coleccionismo como figuras de acção. Isto trouxe consigo um novo publico, que começou a tomar forma como a geração Otaku. Assim a cultura pop tomou controlo da área com o foco em anime, manga e videojogos. Atualmente a zona é mais conhecida por essa cultura do que propriamente pelos componentes electrónicos embora também muitas lojas vendam maquinas fotográficas, telemóveis, televisões e outros aparelhos.
A maioria dos grandes retalhistas está presente na área, mas existe espaço também para o pequeno comércio com lojas dentro de prédios como se de simples andares de habitação se tratassem. O complexo de negócios de Akihabara é explorado por inúmeras empresas como a Sofmap ou a Laox e tornou-se também uma referência para os turistas que procuram este tipo de materiais, já que grande partes das lojas vende aos turistas os produtos sem o valor do imposto japonês.
Akihabara mudou muito ao longo dos anos, mas sempre foi conhecido como uma zona de comércio e consumo e ainda hoje mantém essa imagem com lojas para todos os gostos e uma grande movimentação de negócio em todo o distrito.