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A Villa romana do Rabaçal localiza-se a cerca de 12 quilómetros a sul de Conímbriga, numa parte integrante do território da antiga civitas, próximo da via romana que, em tempos, ligava Olisipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga), no atual concelho de Penela, no distrito de Coimbra.
A villa está a meia encosta do fértil vale do Rabaçal e dispõe de uma exposição privilegiada entre uma cumeada de árvores e um pequeno riacho. A data provável da construção terá sido em meados do século IV d.C., como confirma a abundante numismática recolhida. A villa terá sido habitada até ao século V d.C. Após o seu abandono, foi parcialmente reocupada como cemitério nos séculos XV e XVI.
A investigação no terreno começou em 1979, quando foram recolhidos dados para a Carta Arqueológica do período romano na área de Conímbriga. A pesquisa arqueológica nesta região iniciou-se em 1984 com o apoio de vários especialistas em regime de voluntariado, assim como população, jovens e entidades oficiais, como a Junta de Freguesia do Rabaçal e a Câmara Municipal de Penela.
Os vestígios superficiais encontrados permitiram perceber que a villa foi utilizada como habitação de uma família romana nobre, cujas terras ultrapassariam os 100 hectares. Acredita-se que o proprietário e a família nobre vivessem numa residência nobre e que possuíssem o seu próprio edifício de banhos (balneário), as instalações para criados e as dependências dedicadas à lavoura. Da área rústica (alojamento de servos) e da lavoura (celeiro, lagar e estábulos) é possível perceber a existência de alguns muros, pavimentos e canalizações. Esta área estava separada da zona residencial por um valado. Em relação à zona urbana (residência senhorial), que se situa a sul, caracterizava-se por ser de peristilo central octogonal orientado de acordo com a rosa-dos-ventos e construção adjacente em raios. A partir do átrio central, cercado por 24 colunas, num total de 27 espaços diferenciados estão definidas quatro áreas: entrada, compartimentos de apoio vestíbulo e torre de belver, espaço de aproveitamento de luz e prolongamento visual, área ligada a serviços e zona nobre. Os motivos figurativos presentes nos mosaicos, nomeadamente estações do ano, quadriga e figura feminina sentada, e mesmo algumas composições geométricas não têm qualquer semelhança ao que existe em Portugal, motivo pelo qual no conjunto foram um novo grupo estilístico.
Atualmente esta zona dispõe ainda de um espaço-museu, onde se pode ver o espólio encontrado durante as escavações que decorreram no local. No entanto, não deixe de visitar a estação arqueológica.