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O Mosteiro de Leça do Balio localiza-se na freguesia de Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, no distrito do Porto. No mosteiro inscreve-se a Igreja de Santa Maria de Leça do Balio.
Este é um exemplar único de arquitetura religiosa fortificada, vizinho à foz do rio Leça. Além disso, o mosteiro representa a primeira sede da Ordem do Hospital em Portugal. É uma das primeiras construções góticas do país. Está classificado como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.
História do Mosteiro de Leça do Balio
Presume-se que no local onde se encontra o mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter.
A natureza religiosa deste local remonta ao século X. Nessa altura foi construído um convento de monjas e monges invocado ao Salvador e obediente à Ordem de São Bento. Dois séculos depois o mosteiro foi doado por D. Teresa à Ordem do Hospital. A partir de então teve os direitos de coutada que, mais tarde, foram confirmados por D. Afonso Henriques e pelos seus sucessores.
O mosteiro foi reedificado por D. Gualim Paes de Marecos em 1180 e passou a ser dedicado a Santa Maria. No século XIV, entre 1330 e 1336, foram levadas a cabo grandes obras por Frei Estevão Vasques Pimentel. O resultado foi o monumento que chegou aos nossos dias.
A 15 de maio de 1372 foi o palco do casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles
Com a extinção das ordens religiosas em 1834 o mosteiro perdeu os seus privilégios e direitos. Em 1835 passou a ser integrado no concelho de Bouças, atualmente Matosinhos.
Na década de 1930 foram feitas obras de restauro do monumento. Em 2016 o centro empresarial Lionesa comprou o Mosteiro de Leça do Balio com o objetivo de o transformar num centro interpretativo.
Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1566382
Características
A Igreja de Leça do Balio é de matriz românica em transição para o gótico. A sua estrutura atual remonta às obras de remodelação e ampliação do século XIV.
Na planta percebem-se três naves, organizadas em cinco tramos, sendo o último uma espécie de transepto inscrito, marcado na altura. A divisão do espaço é através de pilares de perfil cruciforme pelo adossamento de colunas nas suas quatro faces. A cobertura das naves é em madeira. Tanto nas paredes da nave central como das naves laterais abrem-se janelas geminadas.
A fachada sul tem um portal de quatro arquivoltas rematadas por um gablete simples, cujos capitéis mostram ornatos vegetais e animais.
No exterior uma torre ameada ladeia a fachada principal. Esta torre tem 28 metros de altura. Pode ainda apreciar-se um cruzeiro datado de 1513.
