O Mosteiro da Batalha é, como o nome indica, um mosteiro que se situa na vila da Batalha, no distrito de Leiria, em Portugal. O estilo dominante do edifício é o estilo gótico e o estilo manuelino e começou a ser construído entre os anos de 1387 e de 1388 apesar de a inauguração datar do ano de 1517.
O Mosteiro da Batalha, nome pelo qual é conhecido popularmente, é na verdade o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também chamado por Convento de Santa Maria da Vitória. O edifício localiza-se na vila da Batalha, uma vila que se localiza no distrito de Leiria, na Beira Litoral da Região Centro de Portugal. O Mosteiro da Batalha foi mandado construir no ano de 1386 pelo rei D. João I de Portugal, que quis assinalar com o edifício o agradecimento à Virgem Maria pela vitória conseguida contra os povos castelhanos na Batalha de Aljubarrota, que aconteceu no ano anterior, no ano de 1385. A construção do Mosteiro da Batalha, um mosteiro da Ordem de São Domingos, uma ordem religiosa católica que pretende pregar a mensagem de Jesus Cristo, começou a ser feita no ano de 1387 e de 1388 e demorou dois séculos para ser edificado. A obra ficou pronta no ano de 1563 durante o reinado de sete reis de Portugal, no entanto algum tempo antes já lá tinham vivido os primeiros dominicanos.
História do Mosteiro da Batalha
Quando as obras do mosteiro começaram, foi construído um templo onde se celebrava a missa e cujo espaço servia também para apoiar os operários do estaleiro de obras do Mosteiro da Batalha. Esse tempo, a Igreja Velha ou Santa Maria-a-Velha era o local referido e cujos vestígios eram ainda visíveis por volta do início do século XIX. Depois do começo da construção da Igreja começaram as construções do claustro, das zonas monásticas inerentes tal como a Sala do Capítulo, a sacristia, o refeitório e alguns anexos. A estes elementos foram acrescentados a capela funerária, a capela do fundador.
O Mosteiro da Batalha sofreu algumas recuperações ao longo dos séculos, foi restaurado no século XIX sob orientação e direção de Luís Mouzinho de Albuquerque. Na altura em que foi feito esse restauro, foram feitas destruições de dois claustros do mosteiro, junto das Capelas Imperfeitas e por causa da extinção das ordens religiosas em Portugal, foram removidos do mosteiro os símbolos religiosos e procurou-se que o mosteiro se tornasse um símbolo glorioso da Dinastia de Avis, sobretudo da primeira geração de reis. O Mosteiro da Batalha é um símbolo nacional e tem interesse cultural e turístico o que valoriza o país. É um exemplo da arquitetura de estilo gótico e de estilo manuelino e é considerado Património Mundial pela UNESCO, em julho de 2007 foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal, o IPPAR – Instituto Português do Património Arquitetónico classifica o edifício como Monumento Nacional desde o ano de 1910 e desde o ano de 2016 que o mosteiro assumiu o estatuto de Panteão Nacional juntamente com o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa e com o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra. No Mosteiro da Batalha estão sepultados D. João I, D. Filipa de Lencastre, o Infante D. Henrique, o Infante D. João, D. Isabel, D. Fernando, D. Afonso V, D. João II, D. Duarte e também o Soldado Desconhecido.
Constituição do Mosteiro da Batalha e as áreas que o constituem
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Capela-mor
Possui um arco triunfal acairelado e conhecem-se duas fases de trabalho das capelas colaterais. Na zona dos claustros as obras decorreram de forma mais rápida do que no corpo de todo o templo do mosteiro. Foi David Huguet, um mestre arquiteto irlandês que trabalhou na construção do mosteiro e que dirigiu as obras do espaço até ao ano de 1438. A capela-mor é caracterizada pelas galerias, pelas abóbadas em cruzaria de grandes chaves que são unidas por uma cadeia longitudinal, sem mísulas e que terminam em finos colunetos de um e de outro lado das paredes onde assentam.
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Sala do Capítulo
Foi finalizada também pelo mestre David Huguet. É uma sala de planta quadrada que é coberta por uma abóbada de estrela de um só voo. A abóbada marca uma influência do estilo gótico e é formada por 16 nervuras radiais, 8 lançadas das paredes e as restantes lançadas das chaves secundárias exteriores, que acabam por convergir numa grande chave central que tem decoração do género vegetalista. A sala do capítulo possui também uma ornamentação onde o estilo dominante é o estilo mariológico, referente a Maria, Mãe de Jesus. Destacam-se também numa das mísulas e as influências dos trajes do século XV.
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Capela do Fundador
É um dos edifícios mais importantes do mosteiro e é uma construção situada do lado direito do templo, está encostada ao flanco exterior da nave sul, por onde é feita a entrada. A capela possui um estilo de planta quadrada, de centro octogonal e que se edifica para cima, ficando ao nível do segundo andar. A Capela do Fundador também é obra de David Huguet e ainda se encontrava em obras no ano de 1426. É na capela do fundador que estão os túmulos dos príncipes da Dinastia de Avis: D. Pedro e a sua mulher D. Fernanda.
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Panteão de D. Duarte/Capelas Imperfeitas
O Panteão de D. Duarte ou as Capelas Imperfeitas foram uma zona planeada por ordem de D. João I, que deixou escrito em testamento que gostava que assim fosse feito. Assim sendo o rei D. Duarte deu início à edificação e construção do espaço, mais uma vez dirigido por Huguet. Este espaço não viu as obras serem concluídas uma vez que o monarca faleceu cerca de quatro anos após a data de começo da construção e por isso a obra nunca foi concluída. É um edifício com um corpo central octogonal e entrada feita a eixo à qual se dispõem 7 capelas. A essas mesmas capelas foi mais tarde dado um acabamento por fim a receber o mausoléu de D. João II e de Dona Leonor.
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Claustro Real
É um claustro de um só piso que tem 7 tramos por ala e que é constituído por um conjunto de arcos quebrados, de vãos diferentes e com bandeiras rendilhadas que são por sua vez apoiadas em colunelos esculpidos com contrafortes e ressaltos. As galerias são cobertas em abóbada de cruzaria de ogivas com uma cadeia longitudinal que são assentes, por sua vez, em meias colunas com capitéis vegetalistas. No interior do Claustro Real encontra-se uma fonte de bacia lobulada e duas taças com efeitos vegetalistas.
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Claustro D. Afonso V
É um claustro com dois pisos em que o primeiro de sete tramos por cada ala são marcados por contrafortes e arcos duplos assentes em colunas facetadas que estão agrupadas de forma transversal. Este claustro tem galerias abobadadas de cruzaria ogival com arcos robustos apoiados em mísulas lisas. No segundo piso encontra-se um alpendre.