Localizado na Vidigueira, o Castelo da Vidigueira poderá ser apelidado de várias formas e ao longo de uma pesquisa mais detalhada iremos verificar tal facto. Alguns dos nomes pelo qual é conhecido são: Atalaia das Vidigueiras e Paço dos Gamas.
Apesar de não se saber ao certo a data da construção deste edifico, acredita-se que o mesmo se iniciou numa antiga fortificação romana que mais tarde viria a ser utilizada pelos muçulmanos aquando das suas invasões.
Apesar de actualmente pouco existir do antigo castelo e sabermos que o mesmo serviu ainda de residência aos Condes da Vidigueira no século XIII, podemos ainda verificar algumas ruínas da sua torre de menagem.
Relativamente às ruínas deste antigo monumento, sabemos que o seu primeiro donatário foi o Mestre Tomé, que exercia funções de tesoureiro na Sé de Braga no reinado de Dom Afonso III. Este donatário foi ainda o responsável pela construção do reforço do castelo enquanto fortaleza defensiva do Guadiana.
Entretanto no século XIV Dom Dinis viria a recuperar a Vidigueira e o seu castelo após longos anos de domínio muçulmano sendo mais tarde, nos finais do século XIV,doado por Dom João I ao “Condestável” Dom Nuno Alvares Pereira. Situação esta que foi alterada aquando do casamento do Conde de Barcelos, Dom Afonso, com Dona Beatriz Pereira Alvim, passando a pertencer à Casa de Bragança.
Como referido hoje apenas se pode verificar as ruínas da antiga torre de menagem que possuía uma planta quadrangular e que se prevê ter sido construída no inicio do século XV por Dom Fernando, o 2º Conde de Bragança. Entretanto no final do século XV os bens da Casa de Bragança acabariam por ser confiscado e a vila e o seu castelo entregues novamente à coroa portuguesa. Situação que se alterou no ano de 1500, quando Dom Manuel anulou o anterior processo e deu Carta de Foral à Vidigueira (ano de 1512).
Entretanto, pouco tempo depois Dom Manuel viria a conceder a Vasco da Gama o título de Conde da Vidigueira, pelos seus trabalhos nos descobrimentos portugueses, levando a que o castelo saísse novamente da posse da Casa de Bragança e fosse doado ao descobridor português, que se mudou de Évora para a Vidigueira, onde residiu no paço anexo à fortificação.
Relativamente ás ruínas que hoje encontramos e que fazem parte da torre de menagem ou Atalaia das Vidigueiras, concluímos que se trata de uma construção maciça, e em que o paramento da muralha foi transformado em escadaria após as varias intervenções de recuperação. Devido ao estado de ruína, a torre de menagem não possui actualmente cobertura nem existem quaisquer vestígios de coroação de merlões, bastante comuns. No entanto é possível visualizar a pedra de armas dos Condes da Vidigueira, constituída por um escudete ao centro e cinco escudetes em formando uma cruz, que ali foi colocada já numa época mais actual.
As ruínas da Torre de Menagem, conhecida como Atalaia das Vidigueira, estão classificadas como Imóvel de Interesse Público desde o ano de 1970, através do decreto de lei publicado nessa data.