A villa Romana de São Cucufate, também conhecidas por ruínas de Santiago, está situada junto à localidade de Vila de Frades no concelho da Vidigueira, num local de pouca elevação mas que dominam toda a paisagem envolvente, são um dos mais importantes vestígios da ocupação romana nesta região.
A sua construção é datada do século I D.C., servindo inicialmente de villa dedicada à exploração agrícola, onde também residia o seu proprietário. Era neste local que se procedia a todos os trabalhos agrícolas da região desde a produção, armazenamento e transformação, como se pode verificar pelas diversas construções existentes no local e cada uma com a sua finalidade.
No entanto desde a sua construção inicial e até ao século IV a casa principal (do proprietário) foi passando por várias obras até chegar à sua conclusão que lhe deram um estilo monumental apalaciano. A primeira das suas obras, que decorreu no século II deram-lhe um aspecto simples mas ao mesmo tempo urbano, tornando-a numa construção completamente fechada que contava com vários pátios interiores. No entanto no século IV as obras vieram modificar os aspectos antigos e tornando-a numa habitação com uma arquitectura completamente aberta ao exterior, dando-se especial atenção às fachadas constituídas por vários vãos que ligavam o interior ao exterior. Actualmente são estes os vestígios que encontramos na villa e que mostram a imponência que a mesma teve.
Entretanto, após um processo de escavações arqueológicas veio-se a concluir que esta zona já havia sido habitada no Neolítico e que após a ocupação romana o mesmo local foi aproveitado até ao final do século XVIII, sendo reestruturado e adaptado para se continuar a aproveitar a riqueza dos solos e a sua aproximação com a água, transformando-se num local de excelência de hortas.
Durante a Idade Média o local foi ainda ocupado por um mosteiro dedicado a São Cucufate até ao século XVI, contribuindo para que a casa principal continuasse a ser recuperada.
Relativamente às suas dimensões a casa principal possui uma área rectangular de cerca de 105mx25m constituída por dois pisos. No primeiro piso encontramos tectos com várias abóbadas, que se crê ter servido de armazém de vinho, azeite e outros produtos agrícolas cultivados no local, e alojamento dos escravos. No piso superior encontrava-se a habitação do proprietário e que continha ainda uma grande varanda. Relativamente à sua fachada a mesma era constituída por um longo patamar ligado por 3 escadas exteriores.
Mas, a villa era ainda constituída por outros edifícios em que se destacam:
- uma necrópole medieval destruída no século XV;
- Templo dedicado a divindades desconhecidas, muito semelhante aos templos construídos nas ruína romanas de Milreu (Faro), sendo que o mesmo acabaria por ser cristianizado no século V;
- Um jardim onde se encontrava um tanque e que certamente serviu de piscina;
- Termas ligadas por construções em pedra e que levariam a água às áreas do frigidarium.
Actualmente estas ruínas são visitáveis e foi criado um Núcleo Museológico, na Vila de Frades, onde se encontra um enorme espólio arqueológico encontrado no local, servindo ainda de centro de interpretação.
A villa romana de São Cucufate e as suas ruínas foram classificadas pelo IPPAR como Monumento Nacional em 1947.