Mitologia nórdica é o conjunto de narrativas míticas criadas pelos povos vikings, escandinavos e germânicos da época pré-cristã. Os mitos nórdicos e suas lendas chegaram até os dias atuais por meio das Eddas islandesas do século XIII, sejam elas a Edda em prosa ou a Edda em verso.
Países nórdicos como a Suécia, a Noruega, a Dinamarca e a Islândia foram cristianizados durante a Idade Média. Essa catequização, por assim dizer, fez com que as religiões antigas e suas mitologias fossem gradualmente substituídas e mesmo esquecidas. A Islândia, contudo, manteve laços com o folclore mítico do passado, como uma herança cultural a ser transmitida de geração em geração por meio da oralidade e da escrita.
A mitologia nórdica constitui-se, portanto, de uma compilação escrita e oral de lendas e crenças criadas por comunidades do norte da Germânia (a atual Alemanha). Não é possível dizer que essa compilação mitológica se estrutura como uma religião, pois não há qualquer inspiração divina nos textos.
O auge da mitologia nórdica foi a Era Viking, entre 800 e 1050 depois de Cristo, quando foi transmitida entre as tribos e clãs de forma oral. O conhecimento contemporâneo que se tem dela é proveniente da reunião de todo o material oral no formato escrito, nos Eddas, como dito anteriormente.
Mesmo após a cristianização, o folclore escandinavo manteve um contato prolongado com a mitologia. Atualmente, em regiões rurais e afastadas, certas tradições folclóricas ainda são mantidas, revividas em um sistema de crenças conhecido como Odinismo. As artes em geral, como a literatura, a música, o teatro e o cinema inspiram-se livremente na mitologia nórdica.
Mitologia nórdica e a Cosmologia
Em termos de Cosmologia, a mitologia nórdica trazia a crença de que o mundo era um gigantesco disco. Os deuses viviam no centro desse disco, em Asgard, que somente poderia ser alcançada ao atravessar a ponte Bifrost, um arco-íris. Havia os gigantes, que moravam em Jotunheim. O mundo dos mortos, governado pela deusa Hela, era Helheim, um subsolo escuro do disco.
Musphelheim era o lar dos gigantes e seres do fogo, local que teria dado origem aos planetas, cometas e estrelas. Há outros reinos, como o dos elfos de luz, Ljósálfar, o dos elfos escuro, Svartalfheim, e Nidavellir, as minas dos anões. Entre a morada dos deuses, Asgard, e Nilfheim, ficava Midgard, a “Terra Média”, mundo dos humanos.
Dessa forma, compreende-se que a mitologia nórdica, diferente de outras mitologias, não coloca todas as suas personagens em um mesmo mundo. Há, na verdade, os chamados nove mundos da mitologia nórdica. Além dos supracitados mundos, há Vanaheim, lar dos Vanir, que seriam deuses opostos aos residentes de Asgard, embora pouco material sobre eles tenha sobrevivido.
Deuses e deusas nórdicos
Os deuses e deusas possuem inimigos recorrentes na mitologia nórdica, como os gigantes, por exemplo. É importante ressaltar que nessa mitologia, como na mitologia grega também ocorre, não há a dualidade bem e mal tão explícita. Não é visto com frequência que os deuses sejam o lado do bem e que seus inimigos sejam o mal. As disputas são, na verdade, entre a ordem e o caos.
As principais divindades da mitologia nórdica são:
Ragnarok
O Ragnarok é o evento mais importante da mitologia nórdica. Na verdade, é descrito como uma sucessão de acontecimentos catastróficos que levaria à morte de muitos humanos e inúmeros deuses, como Odin, Thor e Loki. Após uma enorme batalha, o mundo seria destruído por desastres naturais, como um dilúvio. Após os efeitos do Ragnarok, o mundo seria reconstruído por aqueles que sobreviveram.
Acredita-se que esse evento tenha sido um acréscimo à mitologia realizado após a cristianização, inspirado pela Bíblia e seu último livro, o Apocalipse.
References:
https://www.britannica.com/topic/Germanic-religion-and-mythology