Pedro II

Pedro II de Portugal assinou o Tratado com Espanha que permitiu o reconhecimento da soberania portuguesa, através de uma reaproximação com Inglaterra.

Biografia de Pedro II:

Pedro II era filho de João IV de Portugal com Luísa de Gusmão, nasceu a 26 de Abril de 1648 em Lisboa. Reinou a partir de 12 de Setembro de 1683 até a sua morte a 9 de Dezembro de 1706. Casou-se por duas vezes, com Maria Francisca de Saboia e Maria Sofia de Neuburgo, da união com Maria Sofia nasceu o herdeiro ao trono João V. Ficou conhecido para a História como ‘O Pacificador’, fruto da negociação de paz estabelecida com Espanha durante o seu reinado.

Pedro II de Portugal

Pedro II de Portugal

Subiu ao trono português após um golpe militar que retirou o irmão Afonso VI do trono a 27 de Janeiro de 1668. Regeu e governou efectivamente o reino a partir de 1668, mas seria coroado Rei apenas após a morte do irmão em 1683.

No seu reinado foi reafirmada a aliança estratégica com Inglaterra, em troco de protecção marítima, Portugal cedia direitos económicos e de fixação de cidadãos ingleses no Norte de África, Brasil e Índia e ainda metade dos direitos sobre o comércio de canela. Outro marco central da governação de Pedro II foi a assinatura do Tratado de Lisboa de 1668, colocando um ponto final nas hostilidades com Espanha após a Restauração da Independência portuguesa.

Conseguiu limitar a influência da nobreza com uma crescente centralização do poder régio, conduzindo ao absolutismo vivenciado essencialmente durante o reinado do filho João V. Em 1671 concedeu liberdade comercial aos ingleses que residiam no Reino e iniciou um processo de industrialização do sector têxtil, que ainda nos nossos dias mantém-se como um dos sectores mais influentes da economia portuguesa.

De forma a preservar a soberania portuguesa na metrópole e na principal colónia, Brasil, gastou avultadas somas monetárias na modernização do exército, marinha e consolidação de estruturas militares. Estas edificações militares, encontravam-se junto às zonas de fronteira terrestre e nas regiões costeiras, próximas a portos ou zonas influentes para a actividade comercial.

Promoveu a subida do Bispado de Bahia à categoria de Arcebispado e a criação de bispados em Maranhão, Rio de Janeiro e Olinda. Ao anular o casamento com Maria Francisca e contrair matrimónio com Maria Sofia, permitiu uma reaproximação com Espanha e vitória da facção pró-espanhola da corte portuguesa em detrimento da francesa. Contrariamente a muitas rainhas portuguesas de origem castelhana, Maria Sofia não tentou influenciar a política do marido em prol de Espanha, absteve-se das intrigas políticas e palacianas.

No final do século XVII e última fase da governação deste soberano foram descobertas grandes reservas de ouro em Minas Gerias. Este ouro viria a alimentar toda a riqueza e prosperidade portuguesa nas décadas seguintes. Paralelamente existia uma disputa com Espanha pela colónia de Sacramento, reconhecida em 1680 como portuguesa, mas ainda na pose Espanha, e conflitos entre os colonos e estrangeiros que procuravam fortuna através do ouro brasileiro.

O seu reinado ficou marcado pela reaproximação com Inglaterra, embora a assinatura do Tratado de Methuen em 1703 tenha causado grandes estragos ao tecido industrial têxtil português, pelo Tratado de Lisboa que consolidou a paz com Espanha e reconhecimento da soberania portuguesa. Sempre próximo de Inglaterra, procurou promover uma política de proximidade e abertura com as diversas potências europeias de então, todas devidamente representadas com embaixadores na Corte portuguesa.

Os últimos momentos da governação de Pedro II ficaram amplamente associados com a Guerra de Sucessão Espanhola e apoio ao bloco inglês. Morreu a 9 de Dezembro de 1706 aos 58 anos de idade, o seu corpo repouso na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa, Panteão Real da Casa de Bragança.

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References:

OLIVEIRA, António de; Movimentos Sociais e Poder em Portugal no Século XVII, Coimbra, Instituto de História Económica e Social, 2002

MARQUES, A.H. Oliveira (dir.) – (vol. V direcção de João Alves Dias); Nova História de Portugal , Lisboa, Ed. Presença, 1998

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