Maria II

Maria II subiu ao trono português num dos momentos mais difíceis da História de Portugal, fruto do conflito entre liberais e absolutistas.

Biografia de Maria II:

Maria II era filha de Pedro IV de Portugal e I do Brasil com Maria Leopoldina da Áustria, nasceu a 4 de Abril de 1819 no Rio de Janeiro, Brasil. Reinou em dois momentos, entre 2 de Maio de 1826 a 23 de Junho de 1828 e de 26 de Maio de 1834 até a sua morte a 15 de Novembro de 1853. Do casamento com Fernando II resultou o nascimento de dois monarcas portugueses, Pedro V e Luís I. Ficou conhecida para a História como ‘A Educadora’ e ‘A Boa Mãe’.

Maria II de Portugal

Maria II de Portugal

Ao nascer no Rio de Janeiro, tornou-se a única monarca europeia a nascer fora do Continente Europeu. A fuga da família real portuguesa para o Brasil após as invasões napoleónicas em 1807, e permanência na colónia após a derrota de Napoleão em 1815, fez com que vários elementos da família real nascessem na colónia americana de Portugal.

O avô de Maria, João VI, regressaria a Portugal apenas após a Revolução Liberal de 1820. As divergências entre liberais e miguelistas iriam perdurar até meados da década de trinta do século XIX, influenciando directamente o reinado de Maria II.

Em Março de 1826, Pedro IV de Portugal abdicou ao trono português em favor da filha. Maria tornou-se Rainha de Portugal aos seis anos de idade. Permaneceu no Brasil até 1828, partindo para Portugal no dia 5 de Julho. Pedro teve que abdicar do trono português, porque isso iria implicar uma reunificação de Portugal com o Brasil, cuja Independência havia sido proclamada em 1822, os brasileiros exigiam a separação das duas coroas.

Miguel, irmão do Imperador Pedro I do Brasil e consequentemente tio de Maria II, tirou partido da distância do Brasil e da ausência de Maria de Portugal, movimentando-se politicamente para assegurar a coroa portuguesa, a 21 de Junho de 1828 foi proclamado Rei de Portugal.

Mediante os acordos celebrados entre Pedro e Miguel, com vista o reconhecimento das resoluções liberais presentes na Carta Constitucional de 1826, Maria foi prometida em casamento ao tio. Perante a usurpação do trono português o casamento foi anulado. Miguel fixou-se como líder do movimento absolutista, sustentando a base do seu poder no movimento contestatário aos ideais liberais. Ao mesmo tempo que usurpa o poder, algumas praças portuguesas como o Porto, Lagos e Ilha Terceira, revoltam-se contra o movimento absolutista dando inicio á guerra civil.

Maria II ao embarcar para Portugal a 5 Julho, não tinha conhecimento dos acontecimentos na metrópole. Como era menor de idade fazia-se acompanhar por Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbacena. Ao chegarem a Gibraltar, tomaram conhecimento da situação adversa ao movimento liberal vivida em Lisboa. Seguiram viagem até Londres, onde um governo britânico favorável ao movimento absolutista de Miguel acolheu-os.

A 29 de Agosto de 1829 Maria II parte de Londres em direcção ao Rio de Janeiro, onde chega a 16 de Outubro. De forma a reivindicar o trono português em nome da filha, a 7 de Abril de 1831 Pedro I do Brasil abdica do trono imperial brasileiro em favor do filho e parte para a Europa. Desembarca inicialmente em França, onde recolhe o apoio dos liberais franceses no poder. Maria II fica em Paris de forma a potenciar a educação da legítima governante de Portugal.

Pedro chega à Ilha Terceira a 3 de Março de 1832. Reúne um exército e desembarca na Praia da Memória em Matosinhos a 8 de Julho. Após vários anos de conflito as forças liberais saem vitoriosas. Maria II volta a ocupar o trono português a 25 de Maio de 1834. O seu reinado ficou marcado pela reconciliação e pacificação da sociedade portuguesa fragmentada. Favoreceu essencialmente a educação em Portugal.

Casou-se por duas vezes, a primeira com Augusto de Beauharnais que morreu precocemente e a segunda com Fernando II, com quem teve diversos filhos, entre eles os monarcas Pedro V e Luís I. Morreu em 1853, o seu corpo repousa em Lisboa na Igreja de São Vivente de Fora, Panteão Real da Casa de Bragança.

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References:

ALEXANDRE, Valentim; Velho Brasil, Novas Áfricas. Portugal e o Império (1808-1975), Afrontamento, 2000.

MARQUES, A. H. de Oliveira e SERRÃO,Joel (dir.) ; Nova História da Expansão Portuguesa, 8 vols.,, Presença, 1986

MATTOSO, José (dir. ; História de Portugal, Círculo de Leitores, 1993

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