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Biografia de João V de Portugal:
João V de Portugal era filho de Pedro II de Portugal com Maria Sofia de Neuburgo, nasceu em Lisboa a 22 de Outubro de 1689. Reinou a partir de 9 de Dezembro de 1706 até a sua morte a 31 de Julho de 1750. Pela projecção internacional que o reino adquiriu em determinada fase do seu reinado, e ouro do Brasil que potenciou diversas construções no reino, ficou conhecido para a História como o ‘Magnânimo’.
João V subiu ao trono português numa época de profunda instabilidade na Europa, com a Guerra pela sucessão ao trono espanhol. Esta contenda acabaria por ser solucionada com a subida ao trono austríaco de Carlos III, pretendente ao trono espanhol. As diversas potências europeias envolvidas no conflito, de forma a evitar a continuação das hostilidades concordaram com a assinatura do Tratado de Utrecht em 1714.
João V aproveitou a instabilidade europeia, para vincar a posição do Reino Português enquanto potência e pilar fundamental da política europeia. Portugal como vizinho territorial da Espanha assumia um papel central na estratégia militar das facções em conflito, possibilitando a utilização do país como base avançada para a ocupação do território castelhano. Tradicionalmente aliado de Inglaterra, o rei português tentou tirar partido do conflito para potenciar e adquirir privilégios para Portugal. Chegou inclusivamente a trocar de facção aliando-se com a França, mas em última análise prevaleceu a ligação histórica com a Grã-Bretanha.
A política externa do reinado de João pode ser definida em dois momentos. Um primeiro associado com a Guerra de Sucessão espanhola, em que procurava salientar a posição portuguesa na Europa, e um segundo momento em que privilegiava as relações com a Grã-Bretanha e exploração económica do Brasil.
O Brasil tornou-se o grande foco de João V. O ouro extraído na colónia brasileira, permitiu reforçar a posição militar portuguesa na região, fundar novas cidades, impulsionar o movimento emigratório para esta colónia, expandir a produção de cana-de-açúcar e investir em recursos administrativos, tanto ao nível material como humano.
Apesar das enormes quantidades de ouro que chegavam do Brasil, a má utilização dos recursos financeiros provocou graves crise económicas no reino. A isto juntava-se a insatisfação e insubordinação dos nobres, o ódio contra a comunidade judaica – pilar da vida económica, e dificuldades em manter coesa a parcela Oriental do Império, provavelmente justificado pela concentração de recursos no Brasil.
Portugal tornava-se um Estado Moderno, mas a governação absolutista de João V, tornava a máquina estatal menos eficiente para lidar com os novos paradigmas económicos, políticos e socais do mundo. Em resposta, o soberano tentou promover a actividade industrial e uma política de grandes obras publica financiadas com o ouro brasileiro.
Obras como o Palácio Nacional de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres em Lisboa ou a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra foram patrocinadas pelo ‘Rei Magnânimo’. No campo religioso criou o Patriarcado de Lisboa e no científico a Academia Real da História Portuguesa.
João V foi o maior exemplo do absolutismo em Portugal. O seu corpo jaz no Panteão da Casa de Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa. Foi sucedido no trono pelo filho José I, resultado da união com Maria Ana da Áustria.
References:
MAURO, Fréderic; Portugal, o Brasil e o Atlântico, Presença, 1989
LAINS, P., SILVA, A. Ferreira, (org.), ; História Económica de Portugal 1700-2000,
RAMOS, Luís A, de Oliveira; Sob o signo das “Luzes”, col. Temas Portugueses, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1988