Reino de Nápoles

O Reino de Nápoles foi criado na segunda metade do século XIII por Carlos de Anjou, os seus territórios correspondiam ao Sul de Itália.

O Reino de Nápoles nasceu a partir da divisão do Reino da Sicília resultante da invasão aragonesa da ilha da Sicília, em apoio a uma revolta (Vésperas Sicilianas) contra Carlos I de Anjou, que havia assumido o controlo do reino em 1266 com o auxílio do Papa.

O Reino da Sicília dividia as suas concessões entre, a parte sul continental da Itália e a ilha da Sicília. A invasão aragonesa desta ilha mediterrânica, e as Vésperas Sicilianas, provocaram a fuga de Carlos e dos seus apoiantes para a parte continental do Reino, formando em 1282 o Reino de Nápoles que englobava vastos territórios que estendiam-se da Calábria ao Lácio. Assim o Reino napolitano nasce da desfragmentação do siciliano. O nome Reino de Nápoles surge em alusão á capital do território e como diferenciação politica com a Sicília.

Até 1373, ano em que a Rainha Joana I de Nápoles renunciou à reivindicação da Sicília, existiu um conflito constante entre Nápoles e Aragão pelo controlo desta ilha, vital para as rotas comerciais mediterrânicas e produção de cereais, nesta época a Sicília era o celeiro da Europa. Com Joana I de Nápoles, emergiram disputas entre as duas linhagens da Casa de Anjou, pelo direito a governar o Reino napolitano.

Joana I de Nápoles não tinha herdeiros, e declarou Luís I, Duque de Anjou o seu sucessor. Luís era descendente do ramo cadete da família Anjou, o que enfureceu o ramo sénior, que considerava-se o legítimo herdeiro a qualquer título Anjou. Joana acabou assassinada por um membro do ramo sénior da família, Carlos, Príncipe de Durazzo que usurpou o trono como Carlos III de Nápoles. Esta usurpação do trono napolitano originou, um conflito que durou séculos entre os dois ramos da família.

Em 1442, Afonso I de Aragão invadiu e conquistou o Reino de Nápoles, unificando novamente a Sicília e Nápoles sobre a coroa aragonesa. Esta invasão aragonesa iniciou uma disputa com a França, governada pela Casa de Anjou, pelo controlo destes espaços. O conflito durou décadas, sem a França ter ameaçado verdadeiramente as conquistas aragonesas, o conflito terminou com a assinatura do Tratado de Cateau-Cambrésis em 1559, no qual a França renúncia às suas pretensões na Sicília e Nápoles. A unificação do Reino de Castela e Aragão em Espanha fez com que o Reino de Nápoles passasse a ser administrado por esta nova entidade politica.

Até 1714 este território manteve-se em mãos espanholas, após a Guerra de Sucessão Espanhola no século XVIII, passou a ser administrado pelo Sacro Império Romano, pelo estipulado no Tratado de Rastatt. Em 1734 tanto os territórios sicilianos como napolitanos, voltam a ser conquistados pelos espanhóis no enquadramento do conflito pela sucessão ao trono polaco.

Atá a invasão francesa de Napoleão da Península Itálica nos finais do século XVIII e inícios do XIX, o Reino Napolitano viveu um período de relativa paz. Após diversos conflitos com as forças francesas que promoviam a revolução francesa de 1789, e a derrota definitiva de Napoleão, o Reino de Nápoles e a Sicília são unificados como Reino das Suas Sicílias, mantendo-se assim até a unificação italiana na segunda metade do século XIX.

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References:

ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia Universal de la Edad Media, Ariel, 2002

BOIS, Jean-Pierre; L’Europe à l’époque moderne XVIe-XVIIIe siècle, Armand Colin, 2003

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