Pepino, o Breve

Pepino, o Breve foi o primeiro soberano da Dinastia Carolíngia a governar em França.

Pepino, O Breve ou Pepino III, foi o primeiro soberano a governar legitimamente o Reino Franco como carolíngio, colocando um ponto final na Dinastia Merovíngia. O seu pai, Carlos Martel era o Mordomo do Palácio, embora não tivesse reclamado o título de Rei como fez Pepino era quem detinha verdadeiramente o poder no reino, o rei merovíngio era apenas uma figura de Estado, Pepino oficializou o poder que seu pai já detinha.

Nasceu em 714 e faleceu a 24 de Setembro de 768, filho de Carlos Martel com Rotruda de Tréveris. O epíteto Breve surgiu pela baixa estatura de Pepino.

Após a morte de Carlos Martel em 741, Pepino aliou-se com o seu irmão Carlomano e dividem o reino, em detrimento do filho ilegítimo de Martel, Grifo. Os primeiros anos de governação dos dois irmãos, cada um no seu respectivo território, foram de estabilização interna e de combate às aspirações de autonomia ou independência, essencialmente da Aquitânia. Carlos Martel governou um vasto território, a sua mestria militar valia o respeito e obediência dos senhores locais, com a divisão do reino pelos filhos, alguns desses senhores tentaram tirar partido da situação e reclamar para si o poder. Em 743 uma coligação dos inimigos de Pepino e Carlomano, o meio-irmão Grifo, o Rei Merovíngio aprisionado por Martel, Childerico III, e alguns ducados como a Baviera e Aquitânia revoltaram-se. Instituindo Childerico como monarca, Pepino e Carlomano controlaram os revoltosos.

Carlos Martel de forma a combater os muçulmanos retirou diversos privilégios e riquezas ao clero franco. Uma Igreja enfraquecida tentou tirar partido da divisão do poder entre Carlomano e Pepino, para restituir a sua influência. São convocados dois Concílios, o Germânico em 743 convocado por Carlomano e o de Soissons em 744, convocado por Pepino. Estes Concílios estabeleceram uma nova hierarquia no clero franco, com o afastamento de eclesiásticos considerados indignos. Foram restituídas as terras e riquezas tomadas por Carlos Martel à Igreja e foi criado um plano de evangelização cristã da Germânia além Reno, para uma futura anexação destes territórios.

Em 747 Carlomano retirou-se da vida politica para dedicar-se a vida monástica, deixando Pepino como o único Mordomo do Palácio. Com a renúncia á vida política do irmão, Pepino detinha o poder absoluto no reino, tanto administrativamente, como militarmente e não queria ter um monarca que embora figurativamente detivesse poder, visibilidade e símbolo de uma dinastia outrora poderosa.

Pepino questionou o Papa sobre quem verdadeiramente deveria ser rei, quem exercia verdadeiramente o poder, ou quem detinha um título. O Papa necessitava dos francos para proteger-se dos Lombardos, e como quem controlava os exércitos francos era Pepino, decidiu favoravelmente ao Mordomo.

Assim Pepino, o Breve é coroado Rei em 751, ausentando um título que Carlos Martel não ousou ou quis reclamar par si, colocando um ponto final na Dinastia Merovíngia.

Tradicionalmente o Império Bizantino era o defensor do Papado, mas face às dificuldades que esta entidade politica vinha a sentir essencialmente contra os muçulmanos, não estava em condições de auxiliar o Papa contra os Lombardos.

Uma aliança foi celebrada entre o Papa Estêvão II e Pepino, o Breve em 754, que legitimava novamente Pepino como Rei dos Francos e autorizava a passagem do poder para os seus filhos, Carlomano e Carlos, futuro Carlos Magno, em troca Pepino deveria defender a Santa Sé dos Lombardos. Pepino enfrenta e derrota os Lombardos, criando os Estados Pontifícios a partir da devolução de terras imposta aos Lombardos – Doação de Pepino. Esta aliança criou um conflito diplomático com o Império Bizantino, que deixou de ser o protector do Papa.

O seu grande legado foi a continuação do trabalho do seu pai, a abolição dos merovíngios da coroa, a estabilização do reino, a aliança com o Papa que permitiu a coração dos Carolíngios e as bases que permitiram a constituição do Império de Carlos Magno.

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References:

ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia Universal de la Edad Media, Ariel, 2002

BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994

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