Justiniano I, o Grande

Justiniano I, o Grande, foi um dos mais ambiciosos e bem-sucedidos imperadores bizantinos.

Justiniano I, o Grande

Justiniano I, o Grande

Justiniano I, o Grande, assim chamado pelos feitos que o Império Bizantino atingiu no seu reinado, é conhecido na Igreja Ortodoxa como Santo Justiniano, de nome completo em latim Flavius Petrus Sabbatius Iustinianus Augustus, filho de Sabbatius e Vigilantia, nasceu a 11 de Maio de 482 d.C. e faleceu a 14 de Novembro de 565.

Justiniano I, o Grande, foi coroado imperador do Império Romano do Oriente, mais conhecido como Bizantino, em 527 após a morte do seu tio Justino I. Segunda as descrições que nos chegaram da época era um líder ambicioso, culto, capaz, perspicaz e inteligente. Casou com Teodora, bailarina e actriz, e segundo alguns relatos durante algum tempo prostituta, este casamento causou um forte tumulto na sociedade bizantina de então, mas mostraria ser um suporte fundamental para Justiniano enquanto imperatriz.

Em 532, Justiniano I, o Grande, teve que enfrentar o primeiro grande teste à sua governação, a Revolta de Nika. Na época eram organizadas competições desportivas no hipódromo, divididas em quatro organizações desportivas, Verdes, Azuis, Brancos e os Vermelhos, rapidamente estas organizações transformaram-se em partidos políticos representativos de determinada classe ou ideologia.

Numa das competições desportivas, no final restava a dúvida de qual cavalo havia vencido a prova, o Imperador escolheu o cavalo da equipa que defendia, isto originou a revolta imediata da população, que encontrava-se descontente pela elevada carga fiscal, pela miséria, fome e falta de condições de habitação. Esta revolta durou uma semana, resultou no massacre da guarda imperial e do quase controlo da Capital Bizantina, Constantinopla, por parte dos revoltosos.

Justiniano queria fugir da cidade, mas Teodora demoveu-o deu-se intuito, apelando à sua coragem e recusando abandonar a cidade. O Imperador incumbiu o general de maior confiança, Belisário, a repressão desta rebelião. O general esmagou por completo os revoltosos, massacrando aproximadamente 35 mil pessoas no hipódromo, e destruindo toda e qualquer oposição ao Imperador.

Belisário estaria também em algumas das grandes conquistas do Império na governação de Justiniano I, o Grande. Conquistou o Norte de África aos Vândalos em 533-534, e logo em seguida iniciou a campanha de conquista da Península Itálica aos Ostrogodos, mas esta conquista mostrou ser mais complicada, apesar da tomada da cidade de Roma logo em 539, havia apenas de ficar completa na década de cinquenta já com o general Narses no comando. Em 554 é iniciada a invasão da Península Ibérica, não a conseguem conquistar mas assumiram uma posição de relevo neste espaço que permitia aos bizantinos controlar o comércio no Mediterrâneo.

Para este limitar das conquistas ocidentais contribuíram dois factores, uma epidemia de peste que fustigou a parte oriental do Império e reduziu enormemente a base de recrutamento militar, e segundo algumas fontes, a preferência de Teodora em expandir o Império para Oriente, esta preferência terminou com a paz entre Bizantinos e o Império Sassânida, obrigando os exércitos imperiais a deslocarem-se para a parte oriental do Império. Com Justiniano I, o Grande, o império bizantino atingiu o máximo da sua extensão.

Em termos administrativos, foi criado pelo Imperador o Código Justiniano, que visava a centralização do poder, em detrimento dos grandes proprietários de terras, servia-se do exército e funcionários imperiais leias para impor a sua vontade. Criou um regime burocrático e autocrático, em que o Imperador controlava todos os aspectos da vida, politica, religiosa e económica, adquirindo um poder absoluto. Apesar desta autoridade, pela multiculturalidade, multilinguística e multinacionalidade do Império, o poder imperial não chegava a todos os pontos territoriais.

Foi uma época áurea para o império, paralelamente aos êxitos militares, Justiniano mandou edificar Igrejas, pontes, estradas, fortes e edifícios públicos, um pouco à imagem dos grandes imperadores romanos do passado. Em termos religiosos foi um defensor da unificação do cristianismo, e perseguiu aqueles que acreditavam noutros credos, como judeus ou pagãos.

Pelo autoritarismo e alta carga fiscal que sufocava as populações, de forma a manter a grande máquina de guerra e conquistas bizantinas, a morte do Imperador em 565, foi de alívio para as populações imperiais com a subida ao trono de Justino II.

A governação de Justiniano I, o Grande, marcou o zénite do poder bizantino, mas de igual forma também alicerçou as bases que permitiriam a ascensão dos muçulmanos no Médio Oriente e Norte de África. As guerras constantes e extinção de reinos feitas por Justiniano enfraqueceram o tecido político e militar da região, favorecendo a expansão árabe no século seguinte.

 

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