Contextualização do Totonero:
Na época o Totonero foi o maior escândalo de manipulação de resultados no futebol, a nível mundial. Deu-se em dois momentos distintos, em 1980 e em 1986, afectando alguns dos melhores clubes italianos.
O primeiro caso foi desvendado a 23 de Março de 1980, pela Guarda Fiscal italiana, após a denúncia da manipulação de resultados, por parte de Alvaro Trinca e Massimo Cruciani.
O maior clube na época envolvido neste escândalo foi o AC Milan, condenado á descida de divisão na época seguinte, tal como a Lazio de Roma. Outros clubes da Série A viram-se envolvidos no Totonero, como o Nápoles, o Perugia, o Bolonha e o Avelino. A manipulação de resultados estendia-se até a Série B, envolvendo clubes como o Taranto e Palermo.
Neste esquema de adulteração de jogos, faziam parte dirigentes, árbitros e jogadores. Paolo Rossi, um dos mais influentes jogadores italianos na época viu-se envolvido neste caso, com uma severa punição de suspensão de dois anos. Regressou à competição no Mundial de 1982 realizado em Espanha, sendo uma peça determinante na selecção italiana na conquista desta competição.
No seguimento do Totonero de 1980 surge o de 1986, embora não envolvesse as equipas de topo do futebol transalpino, a dimensão deste escândalo era assinalável. Englobava clubes da Séria A, B, C1 e C2. O Totonero de Maio de 1986 foi desvendado pela Policia Italiana, com o auxílio de Armando Carbone, amigo do treinador do Nápoles, Italo Allodi. Esta investigação afectou novamente a Lazio, Perugia e Palermo, aos quais se juntaram clubes como a Udinese ou o Cagliari.
A imagem do futebol italiano foi fortemente abalada pelo Totonero, mas a viragem o século XXI trouxe, outro escândalo de manipulação de resultados em Itália, o Calciocaos, o que demonstra que o futebol italiano não aprendeu com os erros do passado.
References:
http://www.zerozero.pt/text.php?id=5359