Pinto da Costa, Jorge Nuno

Jorge Nuno Pinto da Costa é o actual Presidente do Futebol Clube do Porto e o dirigente desportivo em actividade com o maior número de conquistas.

Jorge Nuno Pinto da Costa é o actual Presidente do Futebol Clube do Porto e o dirigente desportivo em actividade com o maior número de conquistas.

Nasceu a 28 de Dezembro de 1937, uma das mais figuras mais relevantes da história do Futebol Clube do Porto e das mais incontornáveis do futebol português. Após fazer o ensino primário foi estudar para o Colégio Jesuíta das Caldinhas, em Santo Tirso. Não lidava bem com a obediência e com a possibilidade de continuar o percurso académico, Pinto da Costa começa a trabalhar, aos 19 anos, no Banco Português do Atlântico saindo mais tarde do banco para ficar como vendedor de tintas e resinas. Ainda assim, chegou a jogar em clubes como o Infesta e o Sporting de Coimbrões e aos 35 anos de idade torna-se chefe da secção de hóquei em patins do Futebol Clube do Porto. Depois de liderar mais algumas secções do clube portuense, chega a vez de ser o líder do futebol azul e branco três anos depois de ter ingressado na estrutura do Futebol Clube do Porto. O Porto não ganhava o campeonato há 17 anos e Américo de Sá, Presidente do Clube na altura, viu no dirigente ecléctico, capacidade para inverter a tendência negativa que vinha acontecendo.

Nessa época não conseguia chegar ao título, mas em 1977/1978, chegava o tão desejado título no campeonato nacional pela mão do treinador José Maria Pedroto, tendo conseguido revalidar o título na temporada seguinte. Pedroto e Pinto da Costa tinham um estilo atrevido e acusador contra o poder da capital, tentando criar atritos à vez, com os seus rivais, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal. Era uma estratégia continuada que não agradava a todos, mesmo dentro da estrutura do clube com o Presidente Américo de Sá à cabeça que viria a afastar Pinto da Costa do Porto quando o clube não chega ao tricampeonato em 1979/1980. Como consequência, José Maria Pedroto e equipa técnica rescindem com o clube e 14 jogadores estabelecem um período de greve, não se apresentando nas instalações do clube. Estávamos no “Verão Quente” que acalmaria com o início da época de 1980/1981, com saídas de António Oliveira, Fernando Gomes e Octávio, jogadores relevantes para o clube. Foi o princípio do fim para Américo de Sá e a preparação de Pinto da Costa para ser um dos candidatos a líder máximo dos dragões que viria a ser consumado em Abril de 1982. A dupla com José Maria Pedroto não funcionava tão bem devido à doença que afectava o treinador mas Pinto da Costa começava a fazer uma revolução no futebol do clube que elevava o Porto para um nível acima do que seria de esperar na altura mas de acordo com a visão de Jorge Nuno Pinto da Costa.

Em 1984, viram-se os primeiros efeitos da qualidade directiva de Pinto da Costa e da qualidade técnico-táctica de Pedroto, apesar de debilitado e de não conseguir acompanhar a equipa, que levou o clube até à final da Taça das Taças, perdendo para os italianos da Juventus. Pinto da Costa perderia um dos seus melhores amigos e uma das suas melhores figuras no Porto, José Maria Pedroto, que viria a falecer em 1985. Desde então, Pinto da Costa fez jus ao pensamento de Pedroto e continuou a saga vitoriosa com o ataque sistemático aos rivais de Lisboa. Em 1984/1985 e 1985/1986, o Porto foi campeão nacional e em 1986/1987 sagra-se campeão europeu, vencendo o Bayern de Munique, no Prater de Viena, iniciando as conquistas internacionais que continuaram com a conquista da Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental, em 1987. Ainda que com alguma resistência do Benfica, o Porto foi-se impondo cada vez mais no futebol nacional com triunfos no campeonato nacional em 1987/1988, 1989/1990, 1991/1992, 1992/1993 tendo conseguido o Penta, ou seja, cinco campeonatos seguidos entre 1994 e 1999. Seguiria-se um período de menor fulgor do Porto entre 2000 e 2002 mas que viria a ser revertido por Pinto da Costa com a contratação de Mourinho, ganhando dois campeonatos, uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões e negócios da ordem dos 100 milhões de euros com a venda de jogadores, sendo um recorde de vendas na altura. Contudo, mais tarde viria a ser constituído arguido no processo “Apito Dourado”, que investigava a corrupção entre as cúpulas dirigentes de órgãos máximos do futebol português e a arbitragem. Chegaram a ser retirados seis pontos ao clube e Pinto da Costa foi suspenso durante dois anos mas as acusações caíram por terra e o presidente viria a ser ilibado das acusações e o Porto recuperaria os pontos. Mesmo num período conturbado, o Porto continuava a vencer no campeonato, com quatro títulos consecutivos entre 2005 e 2009.

Após uma época menos conseguida, Pinto da Costa vai buscar André Villas-Boas à Académica e o Porto conquista Campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa, tornando-se numa época de sonho, com mais milhões facturados no final da época. Vítor Pereira mantinha um Porto invicto no campeonato, chegando ao tricampeonato. Desde então, o Porto não conquistou mais nenhum título no campeonato, tendo Pinto da Costa vencido as eleições no clube, este ano, tendo como objectivo voltar aos triunfos. Ainda assim, a presença de Pinto da Costa na história do Porto é inquestionável com a conquista de mais de 40 títulos no futebol e mais de 100 títulos nas modalidades conquistados, sobretudo, no hóquei em patins. Lançou um livro de nome “Largos dias têm cem anos” no ano de 2004, mostrando uma espécie de memória do percurso dirigente que teve no Futebol Clube do Porto.

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