Biografia de Carlos Manuel
Carlos Manuel foi um ex-futebolista nacional que integrou equipas como o SL Benfica e o Sporting CP, assim como a selecção nacional entre os anos 70, 80 e 90 sendo actualmente treinador de futebol e comentador desportivo.
A 15 de Janeiro de 1958, nasceu Carlos Manuel na localidade de Moita. Foi trabalhar muito cedo, ainda com 14 anos, para os Caminhos de Ferro do Barreiro, onde laborava durante 9 horas por dia a consertar as rodas dos comboios. Não conseguiu chegar ao treino de captação do Barreirense mas nos treinos de captação do Grupo Desportivo da CUF foi aceite pelos dirigentes técnicos. Nesse mesmo treino de captação, Chalana também compareceu e, por incrível que possa parecer, não o quiseram na equipa principal. Começou com 17 anos na equipa sénior do Grupo Desportivo da CUF, no Barreiro, onde ficou por três anos até ao ano de 1978, em que se mudou para o Barreirense, na altura estava na I divisão. É um dos esteios da equipa mas não consegue evitar a descida do clube da margem sul do Tejo. Contudo, as suas qualidades tinham despertado o interesse de grandes clubes e o Sport Lisboa e Benfica adiantou-se à concorrência garantido a melhor proposta económica, e ficaram com os serviços do médio ofensivo de 21 anos, no ano de 1979. A boa primeira época pelas cores encarnadas fez com que o atleta se estreasse pela principal selecção nacional a Março de 1980, frente à selecção da Escócia, no apuramento para o Campeonato Europeu. No ano seguinte festejou o seu primeiro título de campeão nacional. Os seus 7 golos ajudaram o Benfica a ser o campeão durante essa época de 80/81 e na selecção nacional era um dos indiscutíveis da selecção nacional. Nesta fase, Carlos Manuel jogava muitas vezes descaído na ala direita, fazendo incursões na área adversário ou aproveitando o seu pontapé forte.
Carlos Manuel era um médio ofensivo que trazia o futebol de rua para o campo. Parecia franzino mas era um atleta de enorme capacidade física, a qual conjugava velocidade com porte atlético. Tinha um carácter impulsivo e irreverente mostrando a sua garra e competitividade em todos os jogos que entrava. Era um líder dentro de campo até mesmo a impor os ritmos de jogo ofensivo das equipas por onde passou. Para não falar do seu poderio na meia distância que fez muitos estragos nas balizas adversárias. Mas foi com a chegada de Sven Goran Eriksson ao Sport Lisboa e Benfica em 1982/1983 que Carlos Manuel exerceu maior influência na equipa encarnada, já que passava para terrenos mais interiores no recinto do jogo e, assim, o jogo atacante do Benfica passava todo pelos pés do natural da Moita e a nível defensivo estava garantida uma maior pressão sobre o adversário. Tornou-se uma das grandes figuras do Sport Lisboa e Benfica, sendo um elemento decisivo em vários jogos de carácter importante. Nos dois anos sobre a orientação do treinador sueco, o Benfica e Carlos Manuel venceram o campeonato nacional da I Divisão. Na selecção, foi decisivo ao marcar o único golo da partida frente à Polónia, no apuramento para o Campeonato Europeu que a selecção veio a confirmar. Na fase final dessa prova, esteve presente em todos os jogos da fase de grupos, falhando a meia-final com a França, que os portugueses perderam por 3 a 2. E no ano seguinte, foi a figura nacional no encontro com a R.F.A. (actual Alemanha) em que com um pontapé de meia distância certeiro dava a vitória à equipa portuguesa e garante a passagem de Portugal à edição dos Campeonatos do Mundo no México. Marcou mais um golo no primeiro jogo da fase de grupos garantindo a vitória diante a Inglaterra mas foi um dos rostos mais inconformados na revolta dos atletas com o caso que abalou o futebol português, em Saltillo e o restante Campeonato do Mundo foi para esquecer para as hostes lusas e Carlos Manuel não mais voltaria a envergar o equipamento da selecção. No total, foi internacional por 42 vezes e marcou oito golos.
No Benfica, continuava a ser figura de destaque, vencendo mais um campeonato nacional em 1986/1987 mas no ano seguinte apenas cumpre meia época, tendo depois sido enviado para a equipa suíça do Sion, por seis meses. Voltaria para Portugal para representar o rival do Benfica, o Sporting Clube de Portugal, onde esteve duas épocas sendo um dos titulares da equipa. Em 1990/1991 e na época seguinte, é contratado pelo Boavista mas não cumpre muitos jogos na equipa axadrezada e muda-se para o Estoril, onde termina a carreira de futebolista e inicia uma outra de treinador, já que a meio da época de 1993/1994 é convidado pela direcção do clube a substituir Fernando Santos. Desde então, foi treinador nas equipas do Estoril, Salgueiros, Sporting, Sporting de Braga, Campomaiorense, Santa Clara, Olivais e Moscavide, Atlético, Oriental, Primeiro de Agosto (Angola), Sanat Naft Abadan (Irão) e seleccionador na equipa da Guiné-Bissau.