Coluna, Mário

Mário Esteves Coluna foi um dos jogadores mais emblemáticos, a par de Eusébio, na selecção nacional e no seu clube, Sport Lisboa e Benfica, onde venceu dois campeonatos europeus.

Biografia de Mário Coluna

Mário Esteves Coluna foi um dos jogadores mais emblemáticos, a par de Eusébio, na selecção nacional e no seu clube, Sport Lisboa e Benfica, onde venceu dois campeonatos europeus.

Nascido a 6 de Agosto de 1935, em Lourenço Marques, na zona do Alto Mahé, de onde sairiam outros grandes vultos futebolísticos na altura, como Matateu, Vicente Lucas ou Hilário. Começou por jogar futebol aos 15 anos na equipa do João Albasini para, posteriormente, envergar a camisola da equipa do Ferroviário. Contudo, não esteve muito tempo porque o pai não estava agradado por Coluna ter saído de Lourenço Marques e se queria jogar futebol, poderia fazê-lo no Desportivo, clube que fundou. Coluna tinha faculdades inatas para a prática desportiva. Antes de se iniciar no futebol, já tinha praticado boxe e enquanto jogador de futebol do Desportivo, também integrava a equipa de basquetebol e fazia atletismo, batendo o recorde distrital do salto em altura. Ainda não tinha 18 anos e já marcava presença na equipa principal do Desportivo, mostrando as suas qualidades físicas, técnicas e de liderança, ainda em tão tenra idade. O seu treinador na equipa pretendia encaminhá-lo para as Antas, mas a concorrência foi mais forte. Futebol Clube do Porto fez uma proposta a rondar os 90 contos por três épocas, respondendo o Sporting Clube de Portugal com 100 contos por duas temporadas. O Sport Lisboa e Benfica foi a última equipa a fazer uma proposta pelo jogador Coluna que se traduziu numa proposta idêntica à do Sporting, sendo que ganharam a corrida pela contratação do atleta natural de Moçambique. Coluna foi um dos atletas que inaugurou o Lar do Benfica em 1954, tendo algumas dificuldades na adaptação a uma atmosfera diferente do ambiente familiar onde até então tinha jogado e o contrato efectivamente falado não se revia naquilo que havia sido acordado em Moçambique. Para não falar da relação com o treinador do Benfica de então, Otto Glória, que numa fase inicial não seria das melhores porque não era especial admirador das capacidades do jogador, ainda assim, foi presença constante na equipa, inicialmente, como avançado sendo que, mais tarde, cimentou a sua posição como médio ofensivo. Os seus 14 golos foram importantes para a conquista do campeonato da I Divisão, em 1954/1955. A partir daí, Coluna foi um dos líderes do meio campo benfiquista, demonstrando a sua força, técnica e liderança tanto em solo nacional como internacional, sobretudo com a chegada de Bela Guttmann a treinador da equipa do Benfica. Além do título nacional em 54/55, foi campeão da I Divisão em 56/57, 59/60, 60/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68 e 68/69 e sete conquistas na Taça de Portugal, em 54/55, 56/57, 58/59, 61/62, 63/64, 68/69 e 69/70 e a nível internacional, venceu duas edições consecutivas da Taça dos Clubes Campeões Europeus, nos anos de 60/61 e 61/62, além de ter ido a mais três finais que perdeu. Na época de 70/71, vai para o estrangeiro, onde incorpora a equipa do Lyon, numa experiência negativa para o futebolista que fez precipitar o seu regresso a solo nacional para ser jogador e treinador no Estrela de Portalegre. Não o seria por muito tempo, devido a uma grave lesão na cabeça acabaria por terminar a carreira, ainda durante essa mesma época. Na selecção foi uma das grandes figuras que se imortalizaram no palco do Mundial de 1966, em Inglaterra, sendo um dos indiscutíveis ao lado de Eusébio e José Augusto, por exemplo, sendo o capitão da selecção alcunhada de “Magriços”. Ao todo foram 57 jogos pela selecção nacional, com oito golos marcados e com uma marca de 35 jogos consecutivos em sete anos e meio sem falhar qualquer jogo da selecção nacional. Depois de terminada a carreira de futebolista, Coluna desempenhou funções de coordenador no Ferroviário de Moçambique, director nas camadas jovens do Benfica e ainda foi Presidente da Federação Moçambicana de Futebol. Faleceu a 25 de Fevereiro de 2014 em Maputo, devido a uma infecção pulmonar com paragem cardio-respiratória.

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