Artur Jorge é treinador e ex-jogador de futebol. Sagrou-se campeão europeu quando treinou o FC Porto e melhor marcador da Liga como jogador do SL Benfica.
Artur Jorge nasceu a 13 de Fevereiro de 1946 na cidade do Porto. A sua juventude foi sempre à volta da bola mas nem sempre de futebol nem sempre num campo. Além de jogar futebol pelo Clube Académico do Porto, onde foi treinado por José Maria Pedroto, também jogou futebol de praia no Castelo de Queijo, na Foz do Porto e praticou Voleibol e Basquetebol no Liceu Dom Manuel II. Começou por jogar nas camadas jovens do Futebol Clube do Porto levado, justamente por José Maria Pedroto, onde subiu à equipa principal.
Ficou apenas na época de 1964-1965, seguindo para a Académica de Coimbra, onde foi uma das figuras de proa do clube. Ao bom estilo do clube, Artur Jorge era jogador-estudante, formando-se em Línguas Germânicas na Universidade de Coimbra e sendo um dos melhores marcadores do campeonato nacional. Durante quatro épocas na Briosa, Artur Jorge efectuou 110 encontros e marcou 94 golos. Tão bons indicadores serviram para o portuense ser contratado pelo Sport Lisboa e Benfica em 1969 onde Artur Jorge continuou com a pontaria afinada, mesmo estando acompanhado da figura maior do Benfica e do Futebol Nacional, Eusébio da Silva Ferreira. Durante duas épocas consecutivas, Artur Jorge foi o melhor marcador do campeonato português nas épocas de 1970/1971 e 1971/1972, ajudando o clube a conquistar o título nacional em quatro temporadas e a Taça de Portugal em duas épocas. Também representou a selecção nacional por 16 vezes, tendo marcado um golo contra Chipre. Uma grave lesão fez com que as duas últimas temporadas no clube da Luz não corressem de feição a Artur Jorge que rumou para a equipa rival do Belenenses. Na altura irrompera o 25 de Abril e tornou-se líder sindical, sendo o primeiro Presidente de Sindicato dos Jogadores Profissionais num processo que começara em 1972. No Belenenses, as coisas não correram de feição, onde fez 14 golos em 51 jogos. Termina a carreira de jogador de futebol em 1978, depois de uma curta passagem numa equipa americana sem sucesso.
Seguiu para a Alemanha, onde continuou os estudos, desta vez, relacionados com o Futebol e a sua orientação técnica. Regressou de lá com a nota máxima e começou por ser adjunto de José Maria Pedroto no Vitória de Guimarães, em 1980/1981. Inicia a sua carreira de treinador principal no Belenenses e logo de seguida segue para o Portimonense onde permanece duas temporadas. Em 1984 torna-se a escolha de Pinto da Costa para treinador da equipa principal do Futebol Clube do Porto, por indicação do seu antecessor, José Maria Pedroto, já debilitado e impossibilitado de continuar ao leme da equipa. Com os azuis e brancos, Artur Jorge conquista todas as competições nacionais e vence a Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1986/1987, tornando-se o primeiro treinador português a conquistar a prova máxima do futebol mundial, ganhando a alcunha de Rei Artur. Esteve durante cinco temporadas e meio no Futebol Clube do Porto, intermediadas pela ida do português para o clube francês do Matra Racing em 1987/1988 e 1988/1989. 3 Campeonatos, 3 Supertaças, 1 Taça de Portugal e 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus foi tudo o que Artur Jorge alcançou pelos Dragões e foi com a mesma ambição que em 1991 saiu do Porto para embarcar numa nova aventura, novamente, por terras gaulesas, desta vez para treinador do PSG. Sai em 1994 depois de se sagrar campeão francês e regressa a Portugal, para treinar o Sport Lisboa e Benfica. Não correu de feição a sua estadia no clube lisboeta e saiu para abraçar um desafio diferente. Ser seleccionador da Suíça.
No Euro 1996. Voltou a ser contestado tal como acontecera no Benfica. Substituiu António Oliveira no comando técnico nacional. Viveu um episódio triste com a agressão que sofreu por parte de Sá Pinto e a não qualificação da selecção das quinas para o Mundial de 1998. A partir daí teve mais experiências em clubes europeus antes de experimentar paragens mais exóticas, se estivermos a falar de futebol. Três anos na Arábia Saudita, antes de regressar a Portugal e salvar a Académica da descida de divisão em 2002/2003. Na época seguinte, foi para uma das equipas mais fortes da Rússia, o CSKA de Moscovo, onde foi campeão nacional. Entre 2004 e 2006, foi seleccionador dos Camarões tendo falhado a qualificação para o Mundial. Em 2007, torna-se treinador do Creteil Lusitanos, equipa francesa de raízes portuguesas que militava no segundo escalão francês. No final dessa época, informou a sua intenção de abandonar o futebol para ter mais tempo livre, embora já tenha treinado uma equipa argelina na época de 2014/2015.
No dia 3 de Fevereiro de 1989, foi agraciado como Grande-Oficial da Ordem de Mérito.
Palmarés enquanto jogador:
4 Campeonatos da I Divisão (SL Benfica: 1970/1971; 1971/1972; 1972/1973;1974/1975)
2 Taça de Portugal (SL Benfica: 1969/1970; 1971/1972)
2x Melhor Marcador do Campeonato (SL Benfica: 1970/1971; 1971/1972)
Palmarés enquanto treinador:
3 Campeonatos da I Divisão (FC Porto: 1984/1985; 1985/1986; 1989/1990)
3 Supertaças Cândido de Oliveira (FC Porto: 1984/1985; 1986/1987; 1990/1991)
1 Taça de Portugal (FC Porto: 1990/1991)
1 Taça dos Clubes Campeões Europeus (FC Porto: 1986/1987)
1 Liga Francesa (PSG: 1993/1994)
1 Taça de França (PSG: 1992/1993)
1 Troféu dos Campeões (Matra Racing: 1988/1989)
1 Liga Arábia Saudita (AL-NASSR: 2001/2002)
1 Liga Russa (CSKA de Moscovo: 2002/2003)
1 Supertaça Russa (CSKA de Moscovo: 2003/2004)