Biografia de José Águas
José Águas foi um jogador de futebol do Benfica e da Selecção Nacional, pai de Rui Águas, também jogador e de Lena D´Água, autora e cantora.
Nascido na capital de Angola, Luanda, a 9 de Novembro de 1930, passou a sua infância no Lobito e foi aí que desenvolveu as suas capacidades para o futebol. E cedo se destacou dos demais colegas assim como desenvolveu um enorme amor pelo Benfica. Aos 19 anos, José Águas já trabalhava numa empresa de automóveis, além de ser futebolista. Despontou, precisamente, num jogo contra o Benfica, numa altura em que o Benfica fazia uma digressão por terras africanas. Logo a seguir ao jogo ter terminado, Águas assinou contrato para integrar a equipa do Benfica e mais brilhou no resto dessa digressão. Ainda assim, Águas pediu apenas um ano de licença sem vencimento na empresa na qual trabalhava porque não sabia o que lhe esperava. Contudo, a sua qualidade iria acabar por sobressair a todos e o Benfica iria sair a ganhar com um avançado como José Águas. Com 20 anos acabados de fazer, chega a Lisboa com a mala carregada de ambições e expectativas. No primeiro jogo que realizou pelo Benfica pouco fez devido à marcação cerrada dos adversários e, talvez, alguma inexperiência a jogar em campos relvados e chuteiras de pitons. Mas no segundo jogo, já marcou quatro golos num jogo em que o Benfica marcou oito frente ao Sporting de Braga. Era o começo de uma era de ouro para José Águas.
Em 13 épocas no clube encarnado, sagra-se campeão nacional em cinco temporadas (1954/1955, 1956/1957, 1959/1960, 1960/1961 e 1962/1963) e foi Vencedor da Taça de Portugal em sete ocasiões (1950/1951, 1951/1952, 1952/1953, 1954/1955, 1956/1957, 1958/1959 e 1961/1962). Em 514 jogos que realizou pelo Benfica, marcou 438 golos e foi o melhor marcador do campeonato português nas épocas de 1951/1952, 1955/1956, 1956/1957, 1958/1959 e 1960/1961. À altura, só o colega de equipa Eusébio conseguia igualar ou superar. Por curiosidade, ficam os 34 jogos em que marcou três golos, 11 jogos em que fez quatro golos e houve um jogo em que marcou cinco golos. Números demolidores da sua eficácia. Mas o melhor de José Águas foi a possibilidade de ser o capitão do Benfica nas duas finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em que o clube português levou de vencida e, portanto, teve a possibilidade de levantar o troféu no final como vencedor. O Benfica venceu o Barcelona no ano de 1961 e no ano seguinte, foi superior ao Real Madrid. Duas vitórias europeias consecutivas com o selo de José Águas pelos inúmeros golos que o Benfica marcava às equipas contra quem jogavam.
Na selecção portuguesa, José Águas realizou 25 jogos e marcou 11 golos durante os dez anos em que participou na equipa das quinas mas não foi tão feliz como quando representava o Benfica em que ganhou menos de metade dos jogos que participou. Em 1962, com a chegada de Fernando Riera ao comando técnico do Benfica por troca com Bela Guttmann, José Águas perdeu importância e José Torres tomou-lhe o lugar na frente de ataque. Águas saiu no final dessa época para o Áustria Viena, onde acabou a carreira ao final de uma época e de pouco ter jogado, em 1964. Chegou a ser treinador no Atlético, onde foi campeão da II Divisão, Leixões e Oriental mas não prosseguiu no futebol e foi para vendedor de automóveis. Faleceu a 10 de Dezembro de 2000.
