Biografia de Jose Maria Jimenez
José Maria Jimenez, ou Chava Jimenez foi um ciclista espanhol da década de 90, trepador por excelência e um dos ciclistas que mais apaixonava os adeptos de então. Dispunha de muita qualidade na montanha e fraquejava nos contra-relógios. Caiu nas boas graças do público por ser um ciclista de ataque, o que rompia com a então figura do ciclismo, Miguel Indurain, que era um ciclista mais discreto e de gestão de esforço. Essa atitude que punha na corrida gerou, por vezes, alguns anti-corpos dentro da própria equipa pois chegava a ir contra os interesses da equipa. Além disso, gozava de uma vida boémia. Não era regrado como se impunha para um ciclista profissional. Não treinava todos os dias, saía várias vezes à noite, inclusive, durante provas. José Maria Jimenez abusava de álcool e de drogas, o que o levou ao declínio da vida profissional e pessoal e que acabou por falecer cedo, ainda com 32 anos.
Fez toda a sua carreira profissional na equipa espanhola da Banesto e sempre foi uma figura do ciclismo espanhol desde as camadas jovens, sobretudo, numa altura em que se afigurava como a grande figura do ciclismo espanhol a seguir a Pedro Delgado e a Miguel Indurain. Em 1992, Chava Jimenez venceu o Circuito Montanhês enquanto amador, uma prova por etapas dura do calendário espanhol, normalmente, direccionada para ciclistas jovens. A Banesto abriu-lhe as portas do profissionalismo nesse mesmo ano, depois de este resultado. No ano seguinte não teve grandes resultados mas em 1994 regressou às vitórias com a conquista da clássica Subida a Urkiola e uma prova por etapas, a Volta a Rioja.
No ano de 1995, estreia-se numa grande volta, no Giro de Itália, terminando-o dentro dos 30 primeiros, tendo corrido, também, o Tour nesse mesmo ano. Na Volta a Catalunha, leva a melhor sobre os adversários na 4ª etapa e nos campeonatos nacionais de fundo termina no 2º posto. Repete vitória na Subida a Urkiola em 1996, ano em que termina a Volta a Espanha pela primeira vez nos quinze primeiros. 1997 foi o melhor ano da carreira do ciclista espanhol. Ganha a Volta a Rioja mais uma vez e nos campeonatos nacionais de grande dureza, chega ao titulo de campeão nacional de fundo, envergando essas cores no Tour. Na prova francesa, está em bom nível, finalizando no 8º lugar da geral. Ainda vai à Volta a Espanha, onde consegue levar a classificação de montanha de vencida. No ano de 1998 foca-se na Volta a Espanha e tem uma prova em que domina a montanha existente na prova, vencendo quatro etapas, a classificação da montanha e termina no último lugar do pódio. Mas fez a prova à parte da estratégia da equipa, já que o homem forte da equipa para vencer a Vuelta era Abraham Olano, o qual acabaria por vencer a prova mas apenas porque Jimenez perdeu muito tempo no contra-relógio final, penúltima etapa da prova espanhola.
No ano de 1999, a Volta a Espanha foi onde voltou a mostrar a sua classe. A subida ao Angliru iria se fazer pela primeira vez e era uma escalada temida pelo pelotão porque apresentava pontos de inclinação de 23% numa subida longa. Jimenez venceu no alto, depois de nos últimos metros ter ultrapassado um fugitivo no meio de um nevoeiro cerrado. Termina no 5º posto e pelo terceiro ano consecutivo, com a conquista da classificação da montanha. Em 2000, ganha a Clássica dos Alpes, realizada em França e a Volta a Catalunha, em que estabelece o seu domínio na conquista das duas etapas finais de montanha. No que seria o seu ultimo ano de carreira, em 2001, dá mais um show na Volta a Espanha, onde vence três etapas, vence a classificação da montanha pela 4ª vez e a dos pontos pela 1ª vez e alcança o 17º lugar na geral individual. A partir daqui foi o abismo. Mergulhou num mundo de saídas à noite, copos e a compra excêntrica de um BMW, logo que o viu numa montra, aliado à falta de espírito de disciplina para a competição fez que o espanhol se apartasse da equipa e do ciclismo. Em 2002, retirou-se do ciclismo, fruto de uma depressão que advinha do tempo de competição e que o fez internar num hospital psiquiátrico. Tentou recuperar-se numa clínica de reabilitação. Morreu no final de 2003, devido a uma paragem cardíaca.