Indurain, Miguel

Cinco vezes vencedor da Volta a França, Miguel Indurain foi uma referência do ciclismo nos anos 90 e no desporto espanhol em geral.

Biografia de Miguel Indurain

O ciclista espanhol Miguel Indurain foi um dos poucos ciclistas a conseguir vencer a Volta a França por cinco ocasiões, conseguindo esse feito de forma consecutiva entre 1991 e 1995, tendo vencido, também, o Giro por duas vezes. Era um ciclista que dominava os contra-relógios, não dando hipóteses aos adversários directos que na montanha atacavam o espanhol, mas Indurain conseguia acompanhar o ritmo, embora raramente se levantava da bicicleta para atacar.

Nasceu no dia 16 de Julho de 1964, na localidade de Villava e começou por correr numa equipa local. Participou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles numa altura em que era direccionado para amadores e torna-se profissional nesse ano de 1984, através da equipa Reynolds. Logo após se ter tornado profissional, vai ao Tour de Avenir, uma espécie de Volta a França do futuro e vence o contra-relógio da prova. No primeiro ano de profissional, Indurain corre duas grandes voltas, o Tour e a Vuelta, sendo que na prova espanhola chegou a ser líder da mesma logo nos primeiros dias de prova e no Tour desistiu ao cabo de três etapas. Novamente, no Tour de Avenir vence duas etapas. Em 1986, ganha a Volta a Murcia, participa mais uma vez na Volta a França não a tendo terminado e no Tour de Avenir leva de vencida a geral da competição, vencendo o Prólogo da competição que se iniciou na cidade do Porto, por comemoração da celebração do acordo da entrada de Portugal e Espanha na então CEE. Por isso mesmo, esta prova, entre 1986 e 1990, denominava-se como Volta à Comunidade Europeia. No ano de 1987, Indurain vence provas como a Subida a Txitxarro, Volta aos Vales Mineiros, GP Navarra e completa, pela primeira vez, o Tour. No ano seguinte, tem poucas vitórias destacando-se a vitória na geral da Volta a Catalunha, prova que venceria, novamente, em 1991 e 1992.

Em 1989, Miguel Indurain vence o Paris-Nice e o Criterium Internacional e, mais tarde, confirma as suas qualidades para o Tour, vencendo uma etapa de montanha, depois de um ataque de longe que o fez entrar para o escaparate dos ciclistas a acompanhar em edições próximas da prova francesa. No ano seguinte, acaba o Tour no 10º posto, com uma vitória de etapa em Luz Ardiden, uma chegada em alto, e podia ter acabado melhor, caso não tivesse que trabalhar para o chefe de fila da equipa, Pedro Delgado. De destacar nova vitória no Paris-Nice e a conquista na Clássica San Sebastian, realizada no Pais Basco. Em 1991, começa o périplo de vitórias seguidas da classificação geral do Tour, com duas vitórias nos contra-relógios da prova. No final de temporada, é medalha de bronze nos campeonatos do mundo na prova de fundo. No ano seguinte, repete o feito da vitória na competição francesa. Contudo, antes do Tour, consegue vencer o Giro no mesmo ano, feito inédito para os espanhóis, liderando a prova quase de fio a pavio. Em 1993, nova vitória no Giro e no Tour. Da mesma forma, ou seja, vencendo os contra-relógios e controlando os adversários na montanha. Nos campeonatos mundiais, finaliza no 2º posto, ficando atrás de Lance Armstrong. Em 1994, revalida o título no Tour e no Giro acaba por ficar em 3º. Nesse ano, conseguiu bater o recorde da hora, fixando-o na marca dos 53,040 km/h.

Em 1995, vence várias provas por etapas no caminho para a quinta vitória no Tour. Ganha a Volta a Galiza, Volta a Rioja, GP Midi Libre e o Dauphine Libere. Mais tarde, sagra-se penta campeão da prova francesa e no final da época torna-se campeão mundial de contra-relógio e medalha de prata na prova de fundo. Tentou mais uma vez bater o recorde da hora, desta vez sem sucesso, e isso levou a desentendimentos entre o ciclista e a direcção da equipa. No último ano de carreira, ganha a Bicicleta Basca, prova por etapas espanhola e vem correr a Portugal, na Volta ao Alentejo, tendo conquistado, também, a prova. A Volta às Astúrias e o Dauphine Libere foram mais duas conquistas do espanhol até chegar ao Tour e ter baqueado no final da primeira etapa de montanha e não mais conseguiu entrar no eixo da sexta vitória na competição francesa, tendo terminado fora dos dez primeiros, inclusive. Ainda assim, vai aos Jogos Olímpicos de Atlanta, o primeiro para profissionais, e traz a medalha de Ouro para a Espanha, sendo o melhor na competição de contra-relógio. Ainda corre na Volta a Espanha, por indicação da direcção mais do que por vontade própria, tendo abandonado a prova à 13ª etapa, sendo que no decorrer da etapa, passavam pelo hotel onde se encontrava a equipa, Indurain acabou por ir directamente para o estabelecimento e assim foi o último dia da carreira de um grande ciclista, galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias.

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